Grupo italiano dono da Campari compra marca de cognac Courvoisier da japonesa Suntory
por Silvia Mascella
Há uma movimentação poderosa em curso entre as empresas detentoras das grandes marcas de bebidas do mundo. O Grupo Campari vai adquirir a Cognac Courvoisier da empresa japonesa Beam Suntory, numa negociação que deve chegar a US$1.32 bilhões (mais de 6,5 bilhões de reais).
A Courvoisier é uma das quatro maiores marcas de cognac do mercado mundial (com quase 200 anos de história), e a empresa italiana espera que a marca passe a responder por 8% das vendas totais do grupo nos próximos anos. O Grupo Campari já detêm as marcas Aperol (adquirida em 2017), Grand Manier (adquirida em 2016), Cynar, além da bebida homônima (Campari), entre outros rótulos de vinhos e espumantes, tequila, gin, vodca, vermutes e bourbon.
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Com menos de 30 anos de história, o Grupo Campari já projeta que a aquisição da marca francesa aumentará sua presença nos mercados dos EUA e da Ásia, especialmente na China, onde cognac é o destilado mais importado.
A disputa entre as grandes empresas de bebidas que dominam o mercado mundial, como Diageo, Pernod Ricard e LVMH, se dá através de marketing poderoso e da aquisição dos grandes nomes de produtores do mercado. O CEO da Campari, Bob Kunze-Concewitz, acredita que a oportunidade de compra da Courvoisier foi uma dessas que acontece uma vez na vida, e que - portanto - a empresa não podia perder, considerando também a performance dessa bebida com o consumidor. Apenas o mercado americano representa 55% das vendas do Cognac.
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"Nosso modelo de marketing fará com que as vendas andem ainda melhor em vários mercados" disse o CEO, que se aposentará em abril de 2024, dando lugar ao italiano Matteo Fantacchiotti. O novo CEO terá um trabalho árduo pela frente, pois durante a administração de Kuze-Concewitz, a marca Aperol (adquirida por ele em 2017) cresceu 12 vezes e a Wild Turkey (adquirira em 2009) cresceu 3 vezes em vendas, entre outros rótulos vencedores do portfólio da empresa.
Já a Beam Suntory, que está vendendo a Courvoisier, afirmou em comunicado à impresa que a venda da marca de Cognac permitirá que a empresa japonesa coloque mais atenção em suas marcas de whisky e bourbons, com intenção de crescimento global.