Em uma degustação especial de quase 200 vinhos com a presença de seus produtores, vislumbramos uma nova visão do Douro
por Christian Burgos
O Douro foi uma das primeiras regiões vitivinícolas demarcadas da história, em 1756
Em 1756, Sebastião José de Carvalho e Melo iniciava uma revolução não só em Portugal, mas no mundo do vinho ao constituir, por lei, a Região Demarcada do Douro. Carvalho e Melo era Primeiro Ministro do rei D. José I e depois se tornaria o famoso Marquês de Pombal. Naquele momento, o objetivo era sobretudo proteger o Vinho do Porto, um produto estratégicos para o comércio internacional de Portugal.
Muitos anos mais tarde, em 1982, uma nova iniciativa criaria a DOC Douro, que regula também a produção de vinhos tranquilos (tintos e brancos) nesta que é uma das regiões produtoras mais deslumbrantes do mundo. De lá para cá, os vinhos tranquilos em geral, e sobretudo os tintos, conquistaram prestígio internacional com sua qualidade.
Recentemente, estivemos em Portugal, onde conversamos com grandes nomes da região e um dos ícones na construção deste Douro, especialmente por seu papel no Barca Velha e depois em sua Quinta do Noval. Francisco “Vito” Olazabal aponta para um “novo Douro”, com uma nova geração de produtores e empreendedores que, vivendo no Douro, enxergam que o desenvolvimento da região, para além da tecnologia, se dá com o turismo e a preocupação com a sustentabilidade.
Paul Symington, um dos líderes do norte de Portugal, revela que decidiu-se “unir um grupo de produtores independentes que poderiam não estar ancorados por um organismo governamental e, assim, em 2004 começa-se o ‘The New Douro”’. “Isso mudou o cenário na relação entre as vinícolas que, de competidores, passaram a se apoiar. A tensão entre as empresas, a atitude entre elas mudou completamente. E, de lá para cá, a receita da região passou de 85 para 140 milhões de euros ao ano”, revela. Ainda de acordo com ele, o desafio agora é acrescentar sub-regiões, o que hoje não é permitido pelas autoridades.
Cristiano Van Zeller, outro dos mais proeminentes produtores da região, assegurou que as mudanças climáticas ainda não estão afetando o Douro, que “já passou por períodos e ciclos de alta temperatura. E que as vinhas já se mostraram capazes de suportar e se adaptar a algo ainda mais perigoso, a falta de chuvas”.
Cobrindo 927 km da Espanha ao Porto, o Douro é composto por três sub-regiões:
Baixo Corgo, com 13.700 hectares, Cima Corgo, com 20.500 ha, e Douro Superior, com 9.700 ha de vinhedos. Entre as grandes regiões portuguesas, o Douro apresenta a mais baixa produtividade, com 4 mil quilos por hectare. São 21.432 viticultores, dos quais 13.360 possuem menos de 1 hectare de vinhedo, 7.355 têm entre 1 e 10 hectares, 457 têm entre 10 e 20 hectares e apenas 254 cultivam mais de 20 hectares.
Van Zeller aponta que “todos os programas de viticultura dos anos 1980 foram feitos pensando em Porto”. “Agora estão indo para maior densidade de plantas e eu estou plantando vinhas de espécies diferentes juntas, como no passado”, afirma.
Jorge Moreira, produtor do Poeira, ressalta sempre que “a melhor forma de aprender a fazer vinhos é degustar grandes vinhos” e concorda com Cristiano Van Zeller em “que tivemos que mudar muita coisa em termos de vinicultura e agricultura entre fazer Porto e vinhos tranquilos”. Ele vai além: “20 anos em vinho é nada, então nós estamos apenas começando”.
E este movimento independente de produtores buscou Dorli Muhr, uma das criadoras e responsáveis até hoje pelo sucesso dos Douro Boys para organizar e realizar o “The New Douro Preview Tasting”, realizado pela primeira vez em Portugal.
ADEGA foi convidada para, com um seleto grupo de degustadores da Europa, Estados Unidos e Ásia, inaugurar essa nova tradição. Em três dias, tivemos à disposição 199 vinhos de 25 produtores para degustar. A organização impecável deu a liberdade a cada degustador de escolher o que degustar, na ordem que melhor lhe conviesse e com o serviço realizado diretamente pelos produtores – com quem podíamos interagir a qualquer momento.
Tudo foi organizado em uma impecável sala de degustação no lindo Palácio do Freixo, à margem do rio Douro. Não era esperado que degustássemos todos os vinhos e realmente alguns dos degustadores decidiram focar no que estivesse mais alinhado com seus interesses e os do mercado que representavam. Para nós, entretanto a oportunidade de degustar lado a lado grande parte dos vinhos recém lançados, poder compará-los, compreendê- -los individualmente e, acima de tudo, tecer uma visão completa, era tentadora demais. Assim, organizamo-nos com alguns degustadores para degustar todos os vinhos à disposição.
Nossa rotina consistia em acordar cedo, dar uma pequena corrida ladeando o rio até a Ponte do Infante, tomar café e degustar das 9 horas da manhã às 17 horas, com uma parada para almoço ao ar livre. E, depois disso, um jantar com todos os degustadores e os produtores para saborear outros vinhos e conversar.
Quase 200 vinhos de 25 produtores estavam à disposição dos degustadores no Palácio do Freixo
Com cinco espumantes, 43 brancos, 104 tintos e 47 Portos pela frente, decidi pela estratégia de degustar por tipo de vinho, todos os vinhos de cada produtor. Comecei pelos tintos Chryseia e depois segui para os tintos da Quinta do Vale Meão antes de seguir para os espumantes e brancos de cada produtor. A exceção foram os Portos. Por conhecer a força dos Vintage jovens, preferi degustar os vinhos agrupados por estilo e produtor, começando pelos Portos brancos de todos os produtores, seguindo para os colheitas e Old Port Tawnies, depois seguir para os Vintages e, se ainda desse tempo, atacar os Tawnies, Rubys e LBVs, pois meu voo exigia que saísse da degustação na hora do almoço do terceiro dia. Hoje, em retrospecto, teria apreciado mais meio período em um dia adicional, com o paladar descansado, para voltar com calma aos vinhos que mais me intrigaram e conversar mais com seus produtores. Certamente uma lição para mim como degustador em um formato de liberdade inédito mesmo após muitos anos de degustação.
Cada um de nós, nos três dias, degustou os vinhos que quis, na ordem que quis, acomodado em sua própria mesa, com taças de qualidade, água, cuspideira, pão e mais gente no serviço do que degustando. Tudo isso permitiu maximizar o tempo segundo nossa visão, com um atendimento impecável e ágil, realizado com atenção e carinho por quem produziu os vinhos e os queria apresentados com perfeição.
AD 93 pontos
POST SCRIPTUM 2015
Chryseia (Prats & Symington). Um buquê de violetas com um ligeiro toque animal. Seguem-se ervas, ameixa e cereja e, por fim, cogumelos. Excelente equilíbrio, textura de taninos e frescor. Um vinho que esconde sua estrutura para evoluir por anos sob sua elegância. CB
AD 94 pontos
CHRYSEIA 2014
Chryseia (Prats & Symington). A fruta e um toque terroso acompanham o floral. A fruta suculenta se confirma em boca junto à estrutura de taninos muito bem estabelecidos. Tradicional em seu uso de madeira, como um Bordeaux. Extremamente polido e com acidez incrível. CB
AD 91 pontos
MEANDRO RED 2014
Quinta do Vale Meão. A fruta é viva, opulenta (ameixa e amora maduras), gulosa e encontra seu equilíbrio na grande acidez e bons taninos. Capaz de agradar iniciantes e iniciados. CB
AD 92 pontos
QUINTA DO VALE MEÃO 2014
Quinta do Vale Meão. Guloso como seu irmão Meandro, e ainda mais equilibrado. Mais seco e austero, sem perder o perfil frutado. O uso de madeira é impecável e a fruta é cristalina. CB
AD 94 pontos
MONTE MEÃO TOURIGA NACIONAL 2013
Quinta do Vale Meão. O nariz apaixona com fruta vermelha fresca, ameixa no pé, ervas aromáticas e mineralidade. Um suco de Touriga emoldurado pelos taninos e acidez. Equilíbrio perfeito. CB
AD 94 pontos
PASSADOURO TOURIGA FRANCA 2014
Quinta do Passadouro. Perfume de flor e ricas frutas vermelhas. Você começa a aspirar e não para nunca porque as camadas vão se sucedendo. Picância em boca, com extrato de laranja e aporte perfeito de madeira. Fabuloso hoje e ainda vai evoluir muito bem. CB
AD 92 pontos
AZULÉ 2014
Quinta do Pessegueiro. Este vinho prova como 2014 foi um ano mais fresco que 2013. Vibrante, ressalta os taninos e a fruta é viva, menos doce e mais equilibrada. Um perfil aromático de mineralidade e couro completam a figura. CB
AD 91 pontos
FLOR DAS TECEDEIRAS
Quinta das Tecedeiras. Encanta com ervas aromáticas e capim cortado. A fruta protagoniza, mas de forma elegante e delicada. E, junto com a acidez, forma a base do equilíbrio deste vinho. Os taninos presentes e com excelente textura prometem evoluir muito bem. Grandiosa relação entre preço e qualidade. CB
AD 94 pontos
BOA-VISTA RESERVA 2013
Quinta da Boavista. Profundidade no aroma elegante e mineral. Como caminhar ao lado de um curso d’água que percorre pedras e é cercado por flores. Final claro de grafite. Em boca, está tudo em sintonia em um vinho que vai evoluir lindamente por anos. CB
AD 92 pontos
ALTANO ORGANIC 2015
Symington Family Estates. Não é uma surpresa, mas é surpreendente. Um vinho puro em sua essência. Aroma de amora, esteva e um toquezinho cítrico. Em boca, é esbelto e confirma seu estilo com cereja cristalina num vinho límpido, puro, de grande acidez e taninos de excelente textura. Suculento e fresco ao mesmo tempo. CB
AD 92 pontos
POMBAL DO VESÚVIO 2015
Symington Family Estates. Lembro como se fosse hoje da primeira safra, onde ainda revelava o DNA do Porto. Evoluiu muito em estilo, mais esbelto e mais límpido em fruta e frescor. A força do vinho consegue andar de mãos dadas com a elegância e promete anos de evolução. CB
AD 91 pontos
MANOELLA DOURO RED 2015
Wine & Soul. Um vinho que é sólido em boca. Não é para iniciantes. Grande profundidade, taninos com textura granulosa. Muito mineral. A fruta aparece em meio a essa força com jovialidade e frescor. Vai evoluir lindamente. CB
AD 93 pontos
QUINTA DA MANOELLA VINHAS VELHAS 2015
Wine & Soul. De cara, sentimos a terra. Em boca, é forte e para os fortes. Seco, taninos monolíticos, fruta vermelha, mineralidade e deliciosa acidez que faz o conjunto brilhar, com final a ervas medicinais. Estupendo acompanhamento para carne grelhada. CB
AD 95 pontos
PINTAS DOURO RED 2015
Wine & Soul. Pow! O nariz é surpreendente, temperando a fruta com madeira na medida certa. A fruta é deliciosa e a acidez tem uma presença incrível que fornece um alicerce para os taninos. Este vinho tem força, e tem tudo no lugar. Uma delícia hoje, fabuloso em mais 10 anos. CB
AD 92 pontos
VALE DA RAPOSA GRANDE ESCOLHA RED 2015
Quinta da Gaivosa. Com estilo tradicional, é suculento com um toque cítrico a mexerica, gulosa fruta vermelha madura e belos taninos presentes. CB
AD 92 pontos
POEIRA RED 2014
Poeira. Um vinho completo. Nariz elegante com fruta vermelha, pimenta e toque cítrico. Boca madura, mas vibrante, quase picante. Fruta deliciosa e suculenta que resiste à juventude dos taninos. Mineralidade e um toque de cassis. CB
AD 92 pontos
VERTICE TINTO GRANDE RESERVA 2013
Vertice. Já no nariz confirmamos que este vinho vem de um terroir mais alto e com clima mais frio. Frutas suculentas e taninos muito bons. Mas é a acidez que dá a linha ao vinho. O perfil da madeira se apresenta ao fim de boca. CB
AD 93 pontos
VERTENTE 2014
Niepoort. Fresco e delicioso desde o ataque aromático que revela a fruta e um perfil etéreo. Em boca, permanece o frescor que ressalta a mineralidade e a bela fruta que consegue ser, ao mesmo tempo, madura e vibrante. Um estilo de Douro delicioso que convida a mais um gole. CB
AD 93 pontos
REDOMA TINTO 2014
Niepoort. Um Douro que vai encantar os fãs de Bordeaux. Bela fruta e equilíbrio entre taninos e acidez, num perfil austero, com uso preciso de madeira. Um tempero de couro que confirma tudo. Um clássico no melhor sentido da palavra. CB
AD 94 pontos
CHARME 2014
Niepoort. Aqui o perfil aromático muda significativamente. Aroma mineral a carvão (e cinzas) e ervas. Em boca é equilibrado e, ao mesmo tempo, muito vivo, com a fruta brilhando. Suculento e saboroso, um suco de cereja. Final a ervas secas. CB
AD 95 pontos
VINHA DA PONTE 2014
Quinta do Crasto. No nariz mostra que é coisa séria na taça. Demonstra enorme força com suculência e equilíbrio de taninos e acidez. Tudo lá em cima, e com grande estilo. No nariz, inicialmente, além da fruta, tem um perfil mais etéreo, com o mineral de pedra de isqueiro. Em boca, às fruta seguem ervas que ficam longamente no retrogosto. CB
AD 94 pontos
RESERVA OLD VINES 2014
Quinta do Crasto. O aroma não é nada obvio e se apresenta em camadas. A fruta e a mineralidade andam entrelaçadas. Em boca, o equilíbrio é surpreendente, há uma certa salinidade mineral, bela profundidade e frescor. CB
AD 92 pontos
CRASTO SUPERIOR RED 2014
Quinta do Crasto. Mostra-se complexo e equilibrado já no nariz, onde a fruta vermelha anda ao lado da laranja, pimenta e ervas. O paladar também impressiona pela vibração e alegria, com ervas, fruta e deliciosa grafite ao fim de boca. CB
AD 91 pontos
QUINTA DO VALLADO TOURIGA NACIONAL 2014
Quinta do Vallado. Grande vinho. A Touriga já salta no aroma em seu perfil floral, segue-se a fruta que também vibra em boca, onde demonstra toda sua suculência, equilíbrio fino com a acidez vibrante e taninos com textura de giz. CB
AD 94 pontos
QUINTA DO VALLADO SOUSÃO 2014
Quinta do Vallado. Depois de experimentar o Sousão 2008, passei a entender melhor a trilha deste varietal. No nariz, é profundo e mineral. Em boca, é muito bem balanceado com boa fruta e belo frescor com um final rústico e animal a estribaria. Merece ser guardado para abrir em mais alguns anos. CB
AD 93 pontos
QUINTA DOS MURÇAS MINAS 2015
Quinta dos Murças. Mais uma vez surpreendente por sua elegância e mineralidade no nariz. A fruta está aí fresca, cereja com deliciosa mineralidade. No nariz, sinto capim cortado. Mais uma vez delicioso em boca, confirmando sua vocação para beber e deliciosa fruta. O estilo inabalável do terroir. CB
AD 95 pontos
QUINTA VALE D. MARIA VINHA DA FRANCISCA DOURO RED 2015
Quinta Vale D. Maria. Que força! Desde o nariz até a boca com fruta muito suculenta. Um suco de frutas vermelhas. Taninos muito polidos e acidez na medida exata para maximizar todas as qualidades do vinho. CB
AD 93 pontos
DUAS QUINTAS RED RESERVA 2014
Duas Quintas (Ramos Pinto). Aos aromas a couro e tabaco, somam-se um componente mineral e madeira na medida exata. Um delicioso floral se destaca ao final no nariz. Em boca, um vinho potente, com grande potencial de evolução. Muita profundidade com frutas negras, acidez e taninos. Vale esperar ao menos mais cinco anos antes de abrir. CB
AD 96 pontos
DUAS QUINTAS RESERVA RED 1997
Duas Quintas (Ramos Pinto). Divino. Estrategicamente colocado ao lado de seu irmão mais novo de 2014 para mostrar como a paciência será muito bem recompensada. Os aromas terciários se desenvolveram lindamente a partir do tabaco, couro e flores da safra mais jovem. Aí se somam aromas de petróleo, querosene, mineralidade. Conservouse a partir da acidez e a fruta foi abrindo espaço para o etéreo. CB
AD 95 pontos
DUORUM O. LEUCURA 2011
Duorum. Aroma inebriante e profundo. Austero. Convidativo e enigmático. Flores, cereja e um toque de laranja. Boca excelente com frutas frescas que caminham para um finalzinho com tabaco e passas. Taninos e acidez se entrelaçam de maneira vibrante. A madeira só ajuda a aportar estrutura monumental a este vinho. CB
AD 92 pontos
LAVRADORES DA FEITORIA RED 2015
Lavradores da Feitoria. Ervas aromáticas ao nariz. É elegante, com boa acidez. Os taninos são potentes e merecem tempo. Um vinho em que os traços da doçura da fruta não estão num óbvio impacto inicial, mas elegantemente apontados ao fim de boca. Uma surpresa. CB
AD 94 pontos
MERUGE RED 2014
Lavradores da Feitoria. O nariz é cativante com um floral delicioso, fruta suculenta e mineralidade. Em boca, confirma-se um vinho para beber, delicioso e suculento. A fruta é linda e se envolve em um retrogosto mais etéreo sustentado pela acidez. Os taninos são poderosos, mas se mantêm escondidos debaixo de tanta leveza. Tinta Roriz e Vinhas Velhas a 600 metros e face norte. Tudo de errado para Porto. Graças a Deus! CB
AD 92 pontos
CASA FERREIRINHA CALLABRIGA 2014
Casa Ferreirinha. Já no nariz mostra um buquê de um vinho a ser levado muito a sério, com a fruta vibrante e um toque de laranja madura. Em boca, fruta suculenta, bela acidez e taninos muito bons. Um vinho que brilha pelo equilíbrio e está delicioso. CB
AD 92 pontos
CARVALHAS VINHAS VELHAS 2014
Real Companhia Velha. O nariz apresenta grande mineralidade. O equilíbrio das vinhas velhas se revela sobretudo em boca, com um vinho fresco e elegante. Taninos estão aí, mas a acidez é a ator principal. CB
AD 94 pontos
QUINTA DOS ACIPRESTES GRANDE RESERVA 2013
Real Companhia Velha. Este vinho é um dos melhores que provei na safra 2013. Sua fruta tem a suculência de ameixa no pé que também caracteriza seu retrogosto eterno. O nariz, além da fruta madura, traz especiarias e flores. Taninos muito bons e bela acidez. Delicioso hoje e com muitos anos pela frente. CB
AD 93 pontos
QUINTA NOVA RESERVA RED 2015
Quinta Nova. Aromas diferentes e convidativos, como cedro junto a frutas vermelhas. Excelente fruta, suculento sem doçura excessiva e muito bem equilibrado em taninos e acidez. Apesar da juventude, está delicioso desde já. Elegante e saboroso. CB Espumantes
AD 92 pontos
MILLÉSIME 2010
Vértice. No nariz, já sabemos que estamos diante de um gentleman. O aroma a ervas e cítricos (tangerina) prevalecem. Em boca, continua equilibrado, mas as frutas se revelam suculentas e os primeiros perfis da evolução (pão) começam a vir. Suculento, saboroso, tudo muito bem encaixado e capaz de agradar iniciantes e iniciados. CB
AD 94 pontos
PINOT 2007
Vértice. Provavelmente o melhor espumante português que já degustei. O aroma é delicioso. Com dez anos, as flores continuam aqui ao lado de algumas notas de pêssego. Em boca, a estrutura se revela num segundo momento, após o impacto do pêssego maduro, suculência, cremosidade e o início dos traços evolutivos. Fantástico. Os traços do Pinot nos melhores Blanc de Noir são claríssimos. CB
Leia também:
+ Douro Kids: a nova geração dos Douro Boys
+ A revolução dos vinhos do Douro
+ Garrafa de vinho do Porto quebra recorde de preço
AD 92 pontos
BRANCO GRANDE RESERVA 2014
Vértice. Quando degusto um vinho destes lembro porque estou gostando cada vez mais de brancos. O aroma é suculento sem ser óbvio, com um ligeiro toque a ervas acompanhando de fruta amarela (carambola madura). Em boca, o bom uso da madeira e o frescor valorizam mais ainda a fruta suculenta com damasco e um toque de ervas. CB
AD 92 pontos
REDOMA RESERVA 2015
Niepoort. Não à toa é sempre um dos destaques em brancos do Douro. É um vinho esculpido com perfeição para mostrar a capacidade de evolução dos belos Borgonha. Delicioso hoje, mas vai recompensar a paciência com um polimento que só o tempo em garrafa consegue para que sua estrutura se revele em todo seu potencial. CB
AD 93 pontos
VALE D. MARIA VINHA DE MARTIM DOURO BRANCO 2016
Quinta Vale D. Maria. O nariz é coisa séria (deliciosa polpa de frutas brancas) e, em boca, tudo se confirma. Esta fabuloso hoje, mas vai só melhorar. Equilíbrio, vida e estrutura. Boa fruta e madeira completamente integrada, que contribui para a estrutura. CB
AD 92 pontos
GURU DOURO WHITE 2016
Wine & Soul. Um dos destaques da prova. O nariz sai do obvio e é mais austero. Pera, cedro e um toque de musgo. Brilha com frescor do limão e elegância. Austero, com bela estrutura. O prêmio de mais gastronômico é dele. CB
AD 92 pontos
KOPKE PORTO COLHEITA BRANCO 2007
Kopke. Um delicioso floral se apresenta com a fruta, que em boca se une a um toque medicinal. Intenso e vibrante e com final confortador. CB
AD 93 pontos
NIEPOORT COLHEITA 1997
Niepoort. Cor ainda vibrante com reflexos esverdeados. A boca é extremamente equilibrada entre doçura e acidez. Volume de boca vem em um ciclo de exuberância que é conquistada pela acidez e convida ao próximo gole. CB
AD 92 pontos
QUINTA DAS TECEDEIRAS COLHEITA 2008
Quinta das Tecedeiras. Instigante aroma a tabaco e cânfora se revela e conduz ao frescor e elegância. Em boca, é muito equilibrado com vibração e excelente acidez. O fim de boca é delicioso e limpo. Os aromas terciários contribuem muito para este vinho e convidam a resistir e acompanhar a evolução na taça. CB
AD 93 pontos
ROYAL OPORTO COLHEITA 1977
Real Companhia Velha. Não falamos de aroma, e sim de perfume. Um buquê. Em boca, as notas de doçura se mesclam à oxidação, vibrante acidez e um toque ervas. Depois da explosão, a limpeza, e um final muito equilibrado que leva do doce até o floral. CB
AD 93 pontos
GRAHAM’S 1972
SINGLE HARVEST TAWNY PORT Symington Family Estates. A cor do Tawny com muitos reflexos esverdeados. Em boca, é um vinho fresco, com boa acidez e um primeiro ataque picante que depois segue para a elegância e fim de boca com um toque mineral que vibra antes do caramelo. O retrogosto é eterno. CB
AD 92 pontos
KOPKE PORTO COLHEITA 2007
Kopke. Sentimos a linha aromática que se constrói entre 2007 e seus irmãos mais velhos, o estilo da casa. A cada ano, os aromas são mais sutis. No 2007, nariz algum aroma terciário começa a aflorar. Sua marca ainda está no caramelo amparado pela acidez e seguido pelo mocca no retrogosto, que te acompanha por um bom tempo. CB
AD 95 pontos
KOPKE PORTO COLHEITA 1967
Kopke. O nariz é mais sutil que o irmão temporão. Um elixir. Com a oxidação e a acidez funcionando como base para uma sucessão de sabores e aromas à medida que o vinho se aquece na boca. Calda de pudim, laranja, especiarias doces e um final etéreo, quase mineral. CB
AD 94 pontos inclinada
KOPKE PORTO COLHEITA 1937
Kopke. Como fui um dos primeiros a pedir esta garrafa, o nariz estava um pouco austero ainda. Em boca, a doçura é marcante, mas a acidez equilibra e sentimos uma pontada de pimenta e tabaco. Um privilégio, sem dúvida alguma, mas analisando friamente o 1967 é mais multidimensional. CB
AD 92 pontos
RAMOS PINTO VINTAGE 1997
Ramos Pinto. Ao aroma da ameixa se soma um carnudo cassis. Em boca, se confirma e agrega algo como garapa e ervas medicinais. A doçura faz parte do conjunto. Os taninos já estão se encontrando e, apesar de estar ótimo para os Vintages, esperar mais nunca é demais. CB
AD 93 pontos
RAMOS PINTO VINTAGE 2009
Quinta da Ervoeira, Ramos Pinto. Um grande vinho. Muito elegante e austero. A fruta brilha junto aos taninos e acidez. Aliás, os taninos estão presentes, mas revelam uma qualidade acima da média. Amora nítida com final de chá. Precisamos esperar, no mínimo, mais sete anos antes de saboreá-lo. CB
AD 94 pontos
GRAHAM’S QUINTA DOS MALVEDOS 2004
VINTAGE PORT Symington Family Estates. Elegante em nariz e um espetáculo em boca. Está fabuloso, um dos melhores taninos, que merecem mais 20 anos para completarem sua jornada. É uma espada de tão afiado. Brilha com os aspectos florais e minerais que andam junto às ameixas passas, e os toques medicinais e pimenta negra que aparecem no fim de boca. CB
AD 92 pontos
QUINTA DO VALE MEÃO VINTAGE 2014
Quinta do Vale Meão. Suculento, com boa complexidade e os taninos mais polidos de todos. Ótimo para beber hoje e para os próximos 25 anos. CB
AD 93 pontos
QUINTA DO VALLADO ADELAIDE VINTAGE 2014
Quinta do Vallado. Grande profundidade. Picância ao lado da fruta muito viva. Acidez incrível. Os taninos de excelente qualidade agregam muito potencial e garantem o tempo que a fruta e a doçura precisam em sua jornada. Foi abrindo em taça para revelar aspectos de floresta e musgos. CB
AD 93 pontos
NIEPOORT VINTAGE PORT 2015
Niepoort. Amostra de barrica. Profundidade incrível e peso de boca. Os taninos têm muito qualidade e a acidez suporta tudo nas entrelinhas. A fruta tem um toque de cedro e medicinal importantes para a sua complexidade. O fim de boca promete um desenvolvimento na linha do tabaco. E ainda nem está pronto! CB
AD 93 pontos
QUINTA DO CRASTO VINTAGE PORT 2015
Quinta do Crasto. Muito límpido, com fruta e doçura na medida ladeados por taninos excelentes. CB
AD 93 pontos
QUINTA DO VALE D. MARIA VINTAGE PORT 2015
Quinta do Vale D. Maria. Para ser levado muito a serio. É elegante do começo ao fim, com fruta acima da percepção do açúcar. Boa acidez, bem integrada, e taninos de excelente qualidade. Um Porto para comprar e exercitar a paciência até 2035, no mínimo. CB
AD 91 pontos
QUINTA DO BOM RETIRO 20 YEAR OLD TAWNY
Duas Quintas. O nariz é vibrante com um toque cítrico. Em boca, brilham a doçura, a oxidação intensa e um perfil medicinal. Acidez, vibração e especiarias. Calda de pudim opulenta no fim de boca. CB
AD 93 pontos
GRAHAM’S 20-YEAR-OLD TAWNY PORT
Symington Family Estates. No aroma, já mostra a que veio. É como entrar em uma cave antiga com paredes de pedra. Musgos e flores de floresta. Em boca, bastante doçura integrada com vibrante acidez que limpa o palato. CB
AD 93 pontos
QUINTA DA GAIVOSA PORTO 20 YEAR OLD PORT TAWNY
Quinta da Gaivosa. Um belo exemplar de 20 anos! O frescor o diferencia, com boa acidez e o fim de boca numa linha quase floral. Consegue ser, ao mesmo tempo, forte e elegante. CB
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