Temporada na região da França foi marcada por condições climáticas adversas
por Redação
A produção na região francesa de Chablis deve registrar uma queda significativa neste ano, caindo pela metade, na comparação com 2023. Os números locais ainda não estão fechados, mas a expectativa foi passada por Paul Espitalié, presidente da Chablis Commission, em uma entrevista dada ao site Decanter.
De acordo com ele, a atual temporada foi marcada por condições climáticas adversas, incluindo geada, granizo em maio e chuvas acima da média na primavera e no início do verão. Dentre as sub-regiões, apenas o sudeste de Chablis foi poupado. O resultado, portanto, deve ser uma “colheita relativamente pequena”.
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“Não é só aquecimento global, é uma loucura climática. Em alguns anos, teremos seca e ondas de calor, e no seguinte teremos duas ou três vezes mais chuva”, disse Espitalié. Um exemplo é que, depois da escassez de água em 2023, a região registrou 50% mais precipitação que a média, até o final de agosto deste ano.
Para tentar contornar os problemas climáticos, os produtores têm usado sistemas de aquecimento nas videiras, o que evita geada nos brotos, e antecipado a colheita, a fim de manter o frescor e a acidez das uvas. A reserva acumulada nos últimos dois anos também deve ajudá-los a enfrentar a menor safra de 2024.
Ainda de acordo com Paul Espitalié, o consumo de vinhos de Chablis estão com uma “boa dinâmica global”, mas tem registrado declínio no Reino Unido – um dos principais destinos dos rótulos da região. Até julho deste ano, por exemplo, a queda era de quase 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em contrapartida, o que vem crescendo, são as oportunidades ligadas ao enoturismo, como lojas de vinhos e restaurantes. Segundo o presidente da Chablis Commission, o número de turistas na região está aumentando cerca de 20% ao ano. Só em 2023, foram cerca de 500 mil, liderados por visitantes da Holanda e do Reino Unido.