Vinho e responsabilidade

Projeto em San Francisco aposta na inclusão no mercado de vinhos

O 280 Project aposta na inclusão social na região de San Francisco, onde a produção de vinhos ainda é tímida

por Redação

Uma fazenda urbana de San Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos, quer colocar a cidade no roteiro internacional da viticultura internacional, por meio de um projeto sem fins lucrativos.

Fundado por Christopher Renfro o 280 Project tem o intuito de tornar a indústria do vinho mais acessível para comunidades marginalizadas, com a oferta de estágios remunerados e treinamento prático, com o objetivo de reduzir as barreiras históricas enfrentadas por mulheres e grupos de minoria.

Renfro vive na região da Bay Area há quase vinte anos. Sua entrada no mercado de vinhos ocorreu enquanto trabalhava como garçom, mas ele destaca que seu interesse pelo vinho evoluiu com o tempo. Conforme o seu interesse pela terra e pela riqueza geracional associada aos vinhedos crescia, ele notou a falta de proprietários negros e pardos em regiões vinícolas, como Napa.

O trabalho chamou a atenção no mercado norte-americano, ao ponto do criador e sua parceira Jannea Tschirch abriram a loja Friend of a Friend, concentrada em vinhos sustentáveis, orgânicos e biodinâmicos, produzidos por enólogos de comunidades marginalizadas.

Renfro também é um defensor da sustentabilidade na produção de vinhos. No 280 Project, ele decidiu enxertar todas as videiras de Pinot Noir em variedades híbridas, que são mais resistentes a pragas e à seca. Essas variedades híbridas são desenvolvidas para resistir melhor a estresses ambientais e não precisam de muitos dos produtos químicos normalmente usados em vinhedos. Para Renfro, isso pode reduzir o impacto ambiental da viticultura.

À medida que o projeto cresce, Renfro busca parcerias com universidades, como Cornell e UC Davis, para expandir a pesquisa sobre variedades híbridas de uvas. Ele também planeja expandir o programa de estágio globalmente, oferecendo aos participantes a oportunidade de aprender com vinhedos em outros países, e acredita que seu trabalho vai além de criar oportunidades. Trata-se de reformular a indústria do vinho para torná-la mais inclusiva e sustentável.