Como tudo na mitologia grega, fábula sobre o deus do vinho ensina muito
por André De Fraia
Pintura de Ciro Ferri retratando o deus grego do vinho Dionísio
Baco é o mais célebre deus do vinho, certo? Ele, no entanto, foi criado pelos romanos, a partir do mito do grego Dionísio, que veio muito anos antes.
Na história grega, Zeus engravida Sêmele. Ela, incitada pela ciumenta Hera, pede para que o deus se mostre em todo o seu esplendor.
Ele atende seu desejo e, ao fazer isso, ela é fulminada, diante de tanto poder, de tanta magnitude.
Zeus então retira o filho das cinzas e o coloca em sua coxa para terminar a gestação. Daí diz-se que Dionísio nasceu duas vezes e seria, também, o único deus olímpico filho de uma mortal.
Anos depois, o jovem filho de Zeus andava pela relva, quando encontrou uma pequenina planta verde. Achou-a bonita e frágil.
Então, decidiu guardá-la dentro de um osso de pássaro para protegê-la. Como ela logo cresceu, decidiu transplantá-la para um osso de leão. Vendo que ela já não mais cabia nesse invólucro, colocou-a, por fim, dentro de um osso de burro.
Ao notar seus frutos, provou-os. Depois de saboreá-los, quis guardar alguns para comer pouco a pouco.
Do sumo dos grãos guardados nasce o vinho, bebida pela qual se apaixona e dá significado.
Como tudo na mitologia, aliás. A sucessão de “recipientes” da vinha, no fundo, representa as diferentes fases do consumo do vinho.
Primeiro, sente-se a alegria, típica do voo das aves. Depois, a bebida dá-nos força e coragem, como um leão. Por fim, leva-nos ao comportamento banal, como dos burros.
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