Conheça 10 dicas para criar boas harmonizações com vinhos rosé, graças ao seu frescor, seus leves taninos e mineralidade
por Arnaldo Grizzo
Conheça uma lista de 10 dicas de harmonização de vinhos rosés, que estão entre os vinhos mais ecléticos para criar boas combinações, graças ao seu frescor, seus leves taninos e, muitas vezes, sua mineralidade.
Os vinhos rosés não costumam estar na lista de compras para integrar as adegas dos enófilos. Você não vai encontrar um colecionador que tenha uma quantidade importante de rosados guardada. Os rosés nos remetem a vinhos festivos, descompromissados, leves, para momentos de relaxamento ou diversão em ambientes descontraídos.
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Sim, há produtores de rosés “mais sérios”, que não são pensados apenas para bebericar, mas para apreciar nuances que não encontramos em tintos e brancos. No entanto, devido à cor e ao frescor, a imagem que temos dos rosés quase sempre será de descontração.
Por mais que você não vá guardar garrafas de rosés em sua adega para envelhecer (a maioria é pensada para ser consumida em até cinco anos), vale a pena pensar em ter algumas não apenas para esses momentos de descontração e calor (à beira mar, por exemplo), mas também para poder harmonizar com alguns pratos, pois os rosés estão entre os vinhos mais ecléticos para criar boas combinações, graças ao seu frescor, seus leves taninos e, muitas vezes, sua mineralidade.
Aqui não estamos falando apenas da versão crua (tipo sashimi) desses peixes, mas das diversas possibilidades de preparação que há com eles. Uma grande posta de atum selada com gergelim, por exemplo, tem aquela mistura de texturas que casam perfeitamente com um rosé. Um salmão grelhado com molho mostarda também vai ter a delicadeza e a picância que um rosé pode equilibrar bem.
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A textura das carnes cruas, seja de peixe, seja de vaca, não casa bem com tintos e nem sempre há brancos que a suportem. Então, aí entram os rosados, com seu corpo mediano.
Além disso, eles tendem a ter a acidez necessária para equilibrar os temperos e ainda uma leve salinidade (principalmente os rosés provençais) que ajuda a limpar o paladar a cada gole.
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A mistura de arroz com frutos do mar (e, às vezes, outras carnes), pimentão, açafrão etc., costuma ser difícil de harmonizar com tintos devido aos taninos.
Com brancos, é preciso de algo que ajude a equilibrar corpo e acidez. A maioria dos rosés, portanto, já se encaixa aí, especialmente os de corpo médio, riojanos, durienses, ou os do Rhône e Languedoc, por exemplo. Eles terão estrutura e frescor para suportar essa receita repleta de texturas e especiarias.
Esta talvez seja uma das combinações mais costumeiras dos rosés, especialmente os mais encorpados e minerais. A carne tenra e delicada da lagosta pede um vinho sutil, mas ao mesmo tempo com expressão para não ser sobreposto completamente pelos sabores, pelo amanteigado, pela textura. É dessa forma que um elegante rosé pode casar e deixar esse prato ainda mais delicioso.
O típico prato de mexilhões e batatas fritas famoso na França e na região dos Países Baixos traz uma mistura de texturas (cozido e fritura) e o sabor marcante dos mexilhões. É um prato descontraído, que costuma ser acompanhado de uma cerveja, mas se for um rosé, melhor ainda, pois ele vai ressaltar essas pequenas nuances do prato sem empapuçar, equilibrando sabores.
Há diversos tipos de queijo de cabra e várias possibilidades de harmonização, contudo, para os mais frescos, tipo Chabichou ou mesmo um Sainte-Maure de Touraine, por exemplo, a combinação com vinhos rosés costuma ser a melhor. A textura, que costuma até se impregnar na boca, deixa o paladar cheio, porém com notas sutis, e fazer esse equilíbrio não é simples. Um rosé fresco e mineral pode fazer esse casamento e ainda ajudar a limpar o paladar.
Uma das versões mais comuns dessa salada é a preparação com folhas verdes (alface romana, geralmente) misturada com iscas de frango e croutons, temperada com azeite, limão, sal, pimenta, maionese ou algum creme etc. Dessa forma, ela se torna uma salada “potente”, mas raramente a ponto de suportar um tinto. Mas essa combinação de texturas, especiarias e o frango encontra um par interessante com um vinho rosé de médio corpo.
Não é tão simples equilibrar o sal e o defumado dos embutidos. Contudo, um bom jamón ou prosciutto, ou mesmo salames, copas, pastrami, mortadela etc., tendem a harmonizar mais facilmente com rosés elegantes que com tintos ou brancos. A carne defumada encontra seu equilíbrio no corpo do rosado e o sal pode ser suavizado com a acidez. Aqui, rosés com um pouco mais de açúcar residual também podem criar pares surpreendentes.
O que torna os rosés ecléticos ao lado dos mais diversos patês é a forma como eles ajudam a equilibrar a textura e também a facilidade que eles têm de contornar desde sabores mais pungentes até os mais delicados. Aqui, vale destacar a excelente harmonização que os rosés podem proporcionar com as famosas pastas árabes/libanesas como baba ganoush, hummus e coalhada, por exemplo.
Quando pensamos em harmonizar pratos preparados com carnes de aves, como frango e peru, especialmente este último, vale a pena buscar um rosado. O corpo e a sutileza do vinho provavelmente farão com que ele seja o que melhor case com a receita, seja de um galeto grelhado, seja de um peru recheado, seja de um frango frito.