Menos de 3 meses depois do fim das sanções comerciais, a Austrália retoma o ritmo de exportações de vinho para a China
por Sílvia Mascella
“Apenas um mês depois do final das sanções comerciais, mais de 350 vinícolas já haviam voltado a vender para o mercado chinês”, afirmou na semana passada o ministro e senador Don Farrell, numa visita a uma vinícola em McLaren Valley, no sul da Austrália. Os números iniciais indicam que 57 milhões de dólares em vinhos já foram enviados para China e, segundo o ministro, os vinhos já enviados eram todos da categoria premium.
Durante a entrevista coletiva o ministro disse ainda que todas as evidências apontam para uma forte demanda de vinho australiano no mercado chinês, e que ele está muito otimista de que o mercado de vinho do país se recuperará totalmente dos anos de ausência no país asiático.
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As sanções impostas pela China em 2020, que causaram enorme estrago nas exportações australianas, foram canceladas em 29 de março deste ano e a retomada do mercado terá grandes desafios, mesmo com o otimismo do ministro.
Nos três anos que se passaram desde o começo das sanções, o consumo de vinho pelos chineses caiu bastante e o espaço que ficou vazio nas prateleiras das lojas com a ausência dos vinhos australianos foi preenchido, principalmente, pelos rótulos franceses e pelos chilenos, seguidos em menor escala pela Itália e Espanha.
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Com os estoques cheios e os preços caindo, os australianos tomaram algumas medidas radicais nos últimos anos, entre elas arrancar vinhedos e passar a cultivar outras frutas. Depois de múltiplos pedidos e protestos por parte dos produtores, o governo australiano declarou, também na semana passada, que vai investir quase 3 milhões de dólares na indústria do vinho, para financiar os produtores com ações de marketing, visando aumentar as vendas não apenas na China como também nos Estados Unidos e no Japão.