Como a paixão de Napoleão Bonaparte pelos vinhos ajudou a consagrar o Champagne e deixou marcas leiloadas até hojeaparte
por André De Fraia
Pouca gente sabe, mas Napoleão Bonaparte, além de militar e estrategista brilhante, tinha uma ligação íntima com o mundo dos vinhos. Amigo de Jean-Rémy Moët, neto do fundador da icônica casa de Champagne Moët & Chandon, o Imperador não apenas tornou o Champagne sua bebida favorita, como ajudou a consolidar sua fama mundial.
O militar que se tornou líder e Imperador, Bonaparte, nasceu em 1769, na ilha da Córsega, no Mediterrâneo. Sua carreira foi meteórica e, durante sua formação na escola militar, em 1782, ele fez amizade com Jean-Rémy Moët, neto de Claude Moët, o fundador da famosa casa de Champagne. A amizade entre os dois foi duradoura e, certamente, trouxe muitas borbulhas para a vida de Napoleão e muito prestígio para a Maison de Champagne.
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Antes de cada campanha militar, Napoleão visitava a casa Moët & Chandon para estocar as garrafas que o acompanhariam nas viagens. Dessa relação, a Moët recebeu a Legião de Honra da França – a maior ordem de mérito militar e civil do país – pelos serviços prestados em estabelecer a boa reputação da França como líder mundial na produção de vinhos.
Do lado da Moët & Chandon para Napoleão, entre outros presentes, um se destaca: o Champagne Moët Impérial, nas versões rosé e branca, que recebeu esse nome em 1869 em homenagem ao Imperador. Esse Champagne continua a ser produzido até os dias de hoje.
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Claramente, os prazeres obtidos com os vinhos são transitórios. Mas também o são os do balé ou de uma performance musical. O vinho inspira e agrega muito ao prazer de viver." – Napoleão Bonaparte
Pelo menos duas garrafas que pertenceram ao Imperador sobreviveram e foram leiloadas em 2022. Uma delas, que teria estado com Napoleão durante a Batalha de Waterloo, foi leiloada junto com dois de seus chapéus.
Estima-se que essa garrafa seja de 1810 e ainda contenha vinho (talvez um Jerez, segundo alguns enólogos). O criptograma pessoal de Napoleão permanece preservado no pescoço da garrafa.
A segunda garrafa é de um vinho sul-africano: o Grand Constance 1821, degustado por Napoleão Bonaparte. Segundo a Groot Constantia – vinícola produtora do vinho e a mais antiga da África do Sul, fundada em 1685 –, Bonaparte encomendava para Santa Helena mais de 30 garrafas por mês antes de sua morte, em 1821.
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