Posso levar um vinho para o restaurante?

Entenda como funciona a “taxa de rolha” e como se deve proceder caso queira degustar um vinho trazido de casa para o restaurante

por Arnaldo Grizzo

lvez você já tenha presenciado essa cena. Você está em um restaurante e, de repente, na mesa a lado, senta-se alguém que trouxe consigo uma garrafa de vinho e pede para o sommelier abri-la. Isso pode parecer estranho, já que a maioria dos restaurantes oferece uma carta de vinhos, mas não é tão incomum assim.

Grande parte dos restaurantes aceitam que os clientes levem seus próprios vinhos para serem degustados com os pratos do cardápio. A maioria, contudo, cobra um valor extra por isso. É a chamada de “taxa de rolha”, que convencionalmente é tida como o valor cobrado pelo “serviço do vinho” do restaurante, ou seja, deixar o vinho na temperatura certa – caso ele não tenha chegado previamente acondicionado –, oferecer taças adequadas, decantar se for necessário etc.

Então quer dizer que posso passar no supermercado e levar um vinho para qualquer restaurante? Não. Existe uma etiqueta a ser seguida caso você queira mesmo levar uma garrafa para seu restaurante predileto. O primeiro passo é saber se ele aceita que você faça isso. Todo estabelecimento que se preze costuma ter essa política. Outros, porém, proíbem-na terminantemente.

O restaurante aceita? Ok, o próximo passo vem com o bom senso. Quem leva seu próprio vinho ao restaurante é porque acredita que aquela garrafa é especial e vai harmonizar com os pratos oferecidos no cardápio. Ou então, quer comemorar uma ocasião especial com um rótulo singular, que não está listado na carta de vinhos do lugar – por exemplo, vinhos de safras específicas ou garrafas raras e dificilmente encontradas no mercado.

A partir daí, segue a primeira regra: nunca leve um rótulo que é oferecido na carta de vinhos do restaurante. Depois, é de bom tom, quando quiser levar sua própria garrafa, ligar no estabelecimento, fazer uma reserva e comunicar ao maître ou ao sommelier a sua intenção. Nesse momento, aproveite para perguntar se ele não tem mesmo esse vinho na carta e qual seria o preço da taxa de rolha. Valores razoáveis vão de R$ 20 a R$ 50 por garrafa, mas cada um pode cobrar o que bem entender. Há lugares que sequer fazem essa cobrança e outros que colocam preços proibitivos acima dos R$ 100 – o que indica que, na verdade, ele não quer que você leve sua garrafa. Muitas vezes, ainda, o valor da rolha corresponde ao vinho mais barato da carta do restaurante.

Pagar menos pelo vinho?

vinho servido

A ideia de levar o vinho é harmonizar com a comida do lugar ou celebrar uma data especial

Lembre-se: o intuito de levar seu vinho para o restaurante não deve ser o de pagar menos pelo vinho – apesar de sabermos que alguns cobram margens abusivas sobre a bebida –, mas de apreciar a comida do menu com algo que você acredita que vai harmonizar bem.

Desse modo, a ideia não é passar no supermercado, comprar um garrafa barata e levar. Antes de pensar em trazer seu vinho ao restaurante, é preciso verificar se ele é compatível com os vinhos da carta, sendo de bom grado levar garrafas especiais de maior valor do que as que são oferecidas pelo estabelecimento. Além disso, caso seja um restaurante com chef conceituado, deve-se estudar o menu para poder combinar o vinho com a comida, pois é preciso lembrar que os grandes restaurantes costumam montar suas cartas baseadas nas receitas e suas possíveis harmonizações.

Vale a pena levar seu próprio vinho?

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O vinho que você quer levar não deve ter na carta do restaurante

Então, caso você tenha uma garrafa guardada para uma ocasião especial e queira abri-la ao lado de um determinado prato de seu restaurante predileto, vale a pena ligar e conversar com o maître para combinar como será o serviço e qual será o valor cobrado. Também é válido deixar uma gorjeta maior ao sommelier nesses casos, seja a taxa de rolha cobrada ou não.

No entanto, não é de bom tom levar diversas garrafas. O limite deve ser, no máximo, uma por prato consumido na ocasião. Na verdade, caso esteja pensando em levar um vinho, mas há disposição para degustar outro durante a mesma refeição, é interessante pedir algum da carta do restaurante, para ser gentil. Ou seja, a regra básica é ter bom senso e boa educação.

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