Entenda como funciona a rolha e qual a influência do lacre de cera no envelhecimento do vinho
por Redação
A ideia de que, em rolhas de cortiça, existe uma permeabilidade que permite a sutil entrada de oxigênio e, assim, a evolução do vinho ao longo do tempo é uma crença que vem sendo derrubada com extensas pesquisas sobre o assunto.
Quem dá detalhes é o pesquisador Paulo Dinis Lopes, da Amorim, principal fabricante de cortiça do mundo: “O cilindro de cortiça é introduzido dentro do gargalo da garrafa ficando aí no seu estado comprimido. Nesse estado, a rolha vai libertar algum do ar/oxigênio que contém no interior das suas células para o vinho, permitindo assim alguma micro-oxigenação ao longo de alguns meses".
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E ele continua: "No essencial, a principal fonte de oxigenação do vinho é a própria rolha, o oxigênio atmosférico não passa através da rolha e a passagem na interface vidro/rolha também é muito residual. Assim, a aplicação de cera ou lacre de alumínio sobre o gargalo não vai influenciar significativamente a micro-oxigenação do vinho vedado com rolha de cortiça. Aliás, historicamente, a aplicação do lacre ou cera no gargalo surgiu como forma de impedir que alguns insetos ‘atacassem’ a rolha durante o período de conservação dos vinhos na adega e não como forma de prevenir ou diminuir diretamente a oxigenação do vinho”.
Ou seja, o tipo de cápsula usada sobre o gargalo da garrafa, seja ela de alumínio, seja ela de cera, não influencia em nada na maturação do vinho.
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Se sua adega não tiver insetos ou roedores (esperamos realmente que guarde seus vinhos em locais adequados), sequer lacre seria necessário em qualquer garrafa.