Descoberta gigante

Reforma em adega revela ossadas de mamutes

Mais de 300 ossos de mamutes foram encontrados durante uma reforma de uma adega na Áustria

Bem próximos uns dos outros, ossos de mamutes estavam perto da superfície - (c) H. Parow-Souchon/OeAW-OeAI
Bem próximos uns dos outros, ossos de mamutes estavam perto da superfície - (c) H. Parow-Souchon/OeAW-OeAI

por Sílvia Mascella

Era para ser apenas uma reforma numa adega subterrânea numa casa no vilarejo de Gobelsburg, no nordeste da Áustria, a uns 70 km da capital Viena. Mas como toda reforma, essa virou um assunto (e uma descoberta) e tanto!

Andreas Pernerstorfer, o proprietário, decidiu nivelar o chão de sua adega que estava cedendo e assim que removeu uma parte do piso na área central encontrou o que lhe pareceram pedaços de madeira inicialmente. Mas logo em seguida ele se lembrou de uma história do avô, nos anos 1960, que ao ampliar sua adega encontrou dentes de mamute.

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Ao entrar em contato com as autoridades da região, o achado de Andreas foi colocado nas mãos da OeAW (Academia Austríaca de Ciências) que transformou a adega da casa num sítio arqueológico no começo do mês de maio. Os pesquisadores, especialistas em Idade da Pedra, afirmaram num comunicado que esse é um dos achados maiores e mais interessantes dos últimos 100 anos.

Ossos de mamute em adega
Pesquisadores empolgados coma descoberta querem ampliar área de busca (c)(c) H. Parow-Souchon/OeAW-OeAI

“É a primeira vez que temos a oportunidade de investigar um achado como este utilizando a tecnologia moderna”, afirmou a arqueologista Hannah Parow-Souchon no comunicado à imprensa. As ossadas (os pesquisadores acreditam que pertencem a mais de um animal) devem ter entre 30 e 40 mil anos e formam um conjunto de mais de 300 ossos num espaço de apenas 12 metros quadrados.

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O grupo de arqueologistas espera conseguir abrir uma área maior da adega, pois suspeitam que podem haver mais ossadas no local. “Nós sabemos que os humanos caçavam mamutes, mas ainda é pouca informação sobre como o faziam. Este local pode ter sido um espaço com armadilhas para mamutes”, afirmou a pesquisadora.

Depois de analisados todos os ossos, eles serão enviados para o Museu de História Natural de Viena, para serem restaurados. A reforma da adega de Andreas fica suspensa por enquanto. O vilarejo de Gobelsburg está numa das áreas vitivinícolas maiores e mais importantes da Áustria, Wachau, que pertence a região da Baixa Áustria.

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