Nas terras do Rei

Ingleses faturam muito com vinhos, mas safra de 2024 já mostra os desafios

Vinhos e destilados contribuem muito para o faturamento dos ingleses, mesmo com os desafios da safra 2024

(c)Pixabay
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por Sílvia Mascella

Um estudo produzido pelo CEBR (Centre for Economics and Business Research) a pedido da WSTA (Wine and Spirit Trade Associacion) do Reino Unido revelou a enorme contribuição do setor de vinhos e destilados para a economia. Os dados consolidados do ano de 2022 revelaram que a indústria do vinho e dos destilados contribuiu com mais de 76 bilhões de libras esterlinas para a economia do país. Uma cifra que, apenas 5 anos atrás, era de 49 bilhões de libras.

O Reino Unido é um dos líderes de mercado em vinhos e destilados, sendo o segundo maior importador de vinhos (em 2022 foram mais de 1,7 bilhão de garrafas) e é o maior exportador de destilados, tendo enviado para o mundo mais de 1,8 bilhão de garrafas no mesmo ano.

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Segundo o relatório da CEBR, a indústria de vinhos e destilados gerou 413 mil empregos, sendo 219 mil nos destilados e 193 mil nos vinhos. O chefe executivo da WSTA, Miles Beale, enfatizou, na entrevista de lançamento do estudo, que o relatório revela a importância da indústria dos vinhos e destilados para o país:”No total, 22,6 bilhões de libras em valor agregado são somadas à economia do Reino Unido, 46% desse total vem do on trade”, pontuou.

Mas enquanto os setores econômicos celebram os bons números, o setor produtivo do vinho na Inglaterra está em alerta. O clima instável, com temperaturas mais altas e mudanças de padrões climáticos está preocupando alguns produtores. Na região de Essex, por exemplo, um inverno menos rigoroso fez com que as videiras tivessem a brotação mais cedo, mas em seguida uma geada em abril causou perdas significativas nas uvas Chardonnay.

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Os desafios de cultivar uvas num país como a Inglaterra são muitos, mas os pesquisadores da Universidade de East Anglia declararam que nas próximas duas décadas o sudeste da Inglaterra terá temperaturas médias mais altas. Isso poderá favorecer até o cultivo de uvas para vinhos tintos, ampliando a produção em regiões como Kent, Sussex e Hampshire, cujo foco atual são as uvas para espumantes. Mas mesmo assim, a volatilidade do clima seguirá sendo um desafio para os produtores, que precisarão estar constantemente vigilantes nos vinhedos, segundo os pesquisadores.

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