Pare, olhe, cheire e prove. Com atenção, você captará as sutilezas que o vinho fornece
por Arnaldo Grizzo
Mesmo que não seja um especialista, lembre-se de algo importante ao abrir um vinho: ele não deve ser apenas bebido, mas degustado. Só para lembrar, degustar significa: experimentar com atenção e deleite o sabor de algo.
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Para tal, é importante ficar atento a todos os aspectos da bebida ao prová-la. Para degustar, três são os sentidos importantes: visão, olfato e paladar. São eles que proporcionam todo o prazer que esta bebida pode oferecer.
Sendo assim, vamos detalhar aqui as três etapas da degustação para que você aprecie um vinho em sua plenitude:
Ao abrir a garrafa, coloque um pouco de vinho na taça (cerca de 1/3 do volume da taça está bom). Primeiramente, perceba se o líquido está límpido e observe a intensidade da cor (se estiver muito tinto, isso pode significar um vinho mais jovem, por exemplo). Incline a taça contra um fundo branco e perceba a cor das bordas e do centro. Quanto mais brilhante a cor e mais sutis suas gradações, melhor o vinho.
As cores dos vinhos tintos geralmente são descritas como sendo: rubi, violácea, púrpura etc. Os brancos podem ser descritos como: amarelo, palha, amarelo-esverdeado etc. Os roses como: salmão, melancia, rosa etc.
Vinhos tintos ficam mais pálidos (marrons) ao envelhecerem e vinhos brancos costumam apresentar cores mais profundas quando mais velhos. Tintos antigos tendem a ficar mais alaranjados, enquanto os novos próximo do roxo-azulado.
Alguns tintos envelhecidos perdem completamente a cor na borda da taça.Ao degustar um vinho, primeiramente perceba a sutileza das cores, as diferentes tonalidades. Se o tinto estiver muito escuro, isso pode significar um vinho jovem, por exemplo.
Inale o vinho. Em seguida, gire a taça (para melhor volatilizar os aromas) e inale novamente. Vinhos de aromas intensos serão logo percebidos. Outros, mais maduros, ou mais sutis, talvez precisem de mais giros na taça para que desprendam algum aroma. Nesse momento, você vai precisar aguçar sua memória olfativa. Perceba se o buquê é límpido e intenso e tente rememorar algo que este aroma provoca. Tente associar palavras às sensações obtidas no Nariz. Perceba também se os aromas se modificam com o passar do tempo na taça. Bons vinhos tendem a apresentar buquês mais interessantes com o tempo.
Os descritivos de aroma do vinho mais comuns são: frutas vermelhas, baunilha, tostados, aromas minerais, toques cítricos, frutas maduras, floral etc.
Depois de observado e inalado, agora chegou a hora de dar um belo gole no vinho, fazendo com que ele alcance todos os cantos da boca, incluindo bochechas. Como se sabe, a ponta da língua, em geral, é melhor para sentir sabores doces; as partes laterais, para os ácidos; o fundo, para os amargos; as bochechas para os taninos (sensação de adstringência); e o fundo da garganta; para o álcool (que quando em excesso pode causar queimação). Tente perceber se há um equilíbrio em todos os elementos e se há persistência dos sabores na boca após engolir a bebida (quanto mais persistente, geralmente, melhor é o vinho).
As palavras usadas para descrever as sensações na boca costumam ser: cheio, redondo, estruturado, picante, fresco, frutado, potente, denso, profundo etc