A seca em Jumilla, na Espanha, já tem causado sérios problemas há três anos seguidos
por Redação
Embora a Espanha esteja nos noticiários pelas fortes tempestades, a safra de 2024 em Jumilla sofreu com uma drástica redução devido à seca prolongada que ameaça vinhedos locais.
Segundo Paco Gil, co-proprietário da Gil Family Estates, que possui vinícolas em oito Denominações de Origem (DO) na Espanha, incluindo Jumilla, destacou os efeitos drásticos da redução das chuvas na região.
Clique aqui e assista aos vídeos da Revista ADEGA no YouTube
Localizada no interior de Múrcia, a cerca de uma hora de carro de Alicante, Jumilla é conhecida por seu clima árido, solos rochosos e precipitação anual de apenas 300 mm. Devido às diferenças de altitude, a região tem uma das colheitas mais longas da Espanha, que dura aproximadamente três meses.
O gerente de comunicação e marketing dos Vinhos da região, Esther González de Paz, disse que a falta de chuva e o fato de que a maioria dos vinhedos é de Monastrell, uma variedade de sequeiro, sem irrigação, se traduzirá em uma redução de 50% a 80% na colheita de uvas, ao contrário de outras regiões, onde choveu mais e a produção foi positiva.
LEIA TAMBÉM: Petrus: o segredo do vinho lendário que todo Merlot gostaria de ser
A falta de chuvas afetou especialmente a produção da uva Monastrell, a principal variedade da região, que é quase sempre cultivada sem irrigação. O vinhedo Juan Gil, por exemplo, teve uma redução de 60% na produção em relação a um ano médio. A situação já é crítica há três anos consecutivos, mesmo com uma pequena quantidade de chuva que trouxe um pouco de alívio, em setembro.
Os viticultores da região, junto com o Conselho Regulador da Denominação de Origem Protegida (Crdop), os sindicatos agrícolas e a associação de vinícolas, estão pressionando o governo local por soluções, porém, apesar das adversidades climáticas, os vinhos da região têm conquistado reconhecimento internacional. Em recentes competições realizadas com degustações às cegas, eles foram premiados.
+lidas
Entrevista: Alberto Antonini fala sobre os seis inimigos do terroir
Veja os melhores vinhos até R$ 100 degustados pela Revista ADEGA
Château Latour 1865 é vendido por R$ 603 mil em Hong Kong
É verdade que quanto mais baixa a acidez melhor o azeite?
Os melhores vinhos de R$ 100 até R$ 200 degustados por ADEGA