Bodegas Marqués de Vizhoja utiliza resíduos de máquinas de café para reduzir doenças fúngicas e dá um passo importante em direção à sustentabilidade
por André De Fraia
A Bodegas Marqués de Vizhoja, uma das principais da região espanhola da Galícia inovou em uma ação para unir sustentabilidade e maior saúde para os vinhedos. Em uma entrevista para o portal britânico Decanter, Javier Peláez, proprietário da vinícola disse: “Esta forte dependência de produtos químicos foi uma das razões pelas quais temos investigado tratamentos alternativos para as vinhas que não dependem de produtos químicos e são em última análise, mais sustentável.”
A ideia foi utilizar borra de café nas vinhas como um dos vários métodos potenciais para impedir o desenvolvimento de fungos e manter a saúde na madeira das videiras. A Galícia é a região mais úmida de toda a Espanha, com precipitação média de 800 mm nas zonas mais secas até aos 2.200 mm ao longo da costa atlântica.
Os problemas fúngicos nas vinhas são bastante comuns e a viticultura é toda adaptada ao clima, por exemplo os vinhedos são mais altos em relação ao solo, permitindo uma boa circulação de ar. Além disso, o uso de tratamentos químicos antifúngicos é generalizado para lidar com os diversos problemas de fungos.
Inicialmente os pesquisadores e a vinícola realizaram testes em um pomar localizado na cidade de Arteixo, onde eles usaram borra de café apenas como fertilizante. Mas agora eles começaram nos vinhedos e farão o teste pelos próximos três anos, em três parcelas diferentes de uvas Albariño.
Além de trabalhar para minimizar a intervenção química, Peláez disse à Decanter: “Nossos avós usavam café historicamente em nossos jardins como fertilizante e por isso estamos trabalhando para trazer um pouco do passado para o presente e ver se podemos melhorá-lo em benefício das nossas vinhas”.