Indignação é antiga, mas vinho é considerado pelo produtor como um clássico
por Redação
Após nova indignação e reação aos vinhos com imagens de Adolf Hitler sendo vendidos em supermercados italianos, o enólogo italiano por trás da linha anunciou que planeja descontinuar a linha no próximo ano. A Vini Lunardelli vende sua linha de rótulos “históricos” há algum tempo, com imagens de ditadores como Adolf Hitler, Josef Stalin e Francisco Franco.
As garrafas com tema de Hitler mais uma vez se viram no meio uma polêmica recente, quando a médica austríaca Dagmar Millesi disse à mídia local que testemunhou pessoas viajando para o resort de Jesolo (perto de Veneza) para comprar as garrafas em um supermercado local. “O funcionário da loja disse que os alemães gostam muito de comprar esses vinhos, e eles são claramente o grande sucesso lá”, disse ela.
Os vinhos também levaram o Fórum Judaico para a Democracia e Contra o Antissemitismo da Alemanha a emitir a seguinte nota: “A estratégia de marketing é desrespeitosa com todas as vítimas do regime nazista e seus descendentes”. A fundação do Holocausto, o Simon Wiesenthal Center, já havia instado as pessoas a boicotar os vinhos. E o próprio governo alemão apresentou queixas contra o rótulo desde 1997.
A gama de vinhos, que vê garrafas com frases como “Mein Führer”, “Sieg Heil” e “Ein Volk, Ein Reich, Ein Führer” ao lado de imagens de Hitler em seus rótulos, está disponível em mais de 50 lojas em toda a Itália, onde a venda de produtos com imagens fascistas é permitida. A vinícola Vini Lunardelli sustentou no passado que os vinhos não são “políticos”, mas um método para “recordar” a história.
“Infelizmente, o rótulo mais pedido é Hitler – especialmente por alemães, mas também por muitos britânicos, nórdicos, franceses e russos”, disse o enólogo Andrea Lunardelli. Ele disse que a vinícola vai descontinuar toda a linha no próximo ano, quando ele deve assumir o controle da vinícola de seu pai.