A iniciativa já teve outros palcos, mas é a primeira vez que chega em uma das mais clássicas regiões do mundo
por André De Fraia
O Burdi W, um vinho 100% Petit Verdot que recebe 250 miligramas de canabidiol
Uma iniciativa em Bordeaux de dois amigos resolveu misturar vinho com canabidiol, fazendo pela primeira vez uma produção deste tipo em um terroir clássico como o bordalês. A iniciativa não é novidade, outras já foram feitas, e até proibidas mundo afora.
A bebida, que legalmente deixa de ser vinho e se torna uma “bebida aromatizada à base de vinho”, leva canabidiol extraído do cânhamo, uma parente da maconha que porém, possui níveis mínimos da molécula do THC, tetrahidrocanabinol, substância que possui propriedades psicoativas.
O cânhamo utilizado na fabricação é cultivado em uma área de 10 hectares e enviado à Alemanha para a extração em laboratório "do conjunto de moléculas do CBD", uma vez que a prática proibida na França, explica Raphaël De Pablo, um dos sócios do negócio. A lei francesa autoriza apenas o cultivo e a comercialização das fibras e grãos de cânhamo. A exploração das folhas e flores é proibida.
“Mantemos o efeito clássico do álcool, mas acrescentamos o efeito relaxante”, explica De Pablo, que batizou a iniciativa de Burdi W. O vinho utilizado é um 100% Petit Verdot que recebe 250 miligramas do canabidiol.
Segundo os produtores a bebida é marcada por notas de cassis que se mesclam com o aroma típico da cannabis. Até agora foram vendidas mais de 10.500 garrafas do produto e De Pablo afirma que o mercado está aquecido "com mais pedidos do exterior do que da França", visto que seu maior concorrente é um produtor do Napa Valley da Califórnia com preços "10 vezes superiores".
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