Vinícolas realizam ações reais para conter as emissões de carbono, mostra relatório divulgado às vésperas da COP28
por Silvia Mascella
A 28a edição da Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP28), começa hoje em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos e segue até dia 12 de dezembro. As nações participantes, que assinaram o acordo climático original da ONU em 1992, têm como meta discutir ações que sejam capazes de combater as mudanças climáticas, boa parte delas causadas pela queima de combustíveis fósseis como o petróleo, carvão e gás.
À parte da ironia do encontro ser realizado num país que está entre os 10 maiores produtores de petróleo do mundo, há uma boa notícia: Estados Unidos e China, os dois maiores emissores de dióxido de carbono, decidiram que vão conversar e tentar chegar a alguma espécie de acordo. Essa informação, que chegou à imprensa na véspera do encontro, trouxe alívio a todos os países participantes.
LEIA TAMBÉM: Miguel A. Torres entre os 100 mais influentes da revista TIME-CLIMA
No mundo do vinho a questão da emissão de gases que aumentam o efeito estufa é uma preocupação efetiva que vem sendo discutida e (boa notícia) já combatida com ações reais. É o que revela o 3o relatório anual da IWCA (International Wineries for Climate Action), organização sem fins lucrativos criada em 2019 pela Família Torres (da Espanha) e pela Família Jackson (dos EUA), e que já congrega 45 empresas de 11 países, que possuem 139 vinícolas.
O relatório mostra que várias vinícolas conseguiram, no último ano, implementar práticas capazes de reduzir as emissões de poluentes, aplicar metodologias de base científica para medir as emissões com o objetivo (alinhado com o plano das Nações Unidas) de emissão zero de carbono até 2050. "Nosso relatório mostra uma ação colaborativa conjunta, que coloca a indústria vinícola como símbolo de como atenuar as questões climáticas", afirmou Miguel A. Torres, presidente da IWCA.
LEIA TAMBÉM: Mudanças climáticas podem beneficiar Bordeaux
Entre as várias ações apresentadas pelas vinícolas no relatório, o investimento em práticas sustentáveis e que favoreçam a energia renovável, novos equipamentos e infraestruturas mais eficientes, começam a mostrar seus benefícios. Todas as ações que estão sendo feitas contam pontos positivos na cadeia produtiva, desde a troca de garrafas pesadas por mais leves, instalação de painéis de energia solar e até a utilização de veículos elétricos dentro das vinícolas.
O relatório mostra onde as mudanças são mais urgentes, uma vez que as emissões de carbono diretas da produção de vinhos respondem por apenas 15% do total. A maior parte fica por conta das embalagens (20%), da compra de vinho a granel ou uvas de terceiros (16%), do transporte para os distribuidores e consumidores (15%) e do combustível utilizado dentro e fora da vinícola (7%).
Para ler o relatório completo, acesse www.iwcawine.org