Lendário produtor bordalês elevou os Châteaux Léoville Barton e Langoa Barton a status de ícones
por Glaucia Balbachan
Charmoso e experiente, Anthony Barton elevou Léoville Barton em um "super segundo"
Anthony Barton, o carismático proprietário dos Châteaux Léoville Barton e Langoa Barton, faleceu aos 91 anos.
"Anthony Barton era o cavalheiro perfeito, sempre sorridente e gracioso", diz Jean-Christophe Calvet, coproprietário da négociant Aquitaine Wine Company e amigo de longa data de Barton. "Ele contava histórias hilárias sobre o negócio do vinho e tinha uma habilidade incrível para observação de seus visitantes e clientes. Acima de tudo, ele era extremamente modesto sobre o incrível sucesso de suas duas propriedades em St.-Julien. Ele era um homem de distinção, determinação silenciosa e elegância. Sentiremos falta de figuras como Anthony Barton por aqui”.
Anthony era um talentoso raconteur (contador de histórias), amante do vinho com sua personalidade e seus clarets. Charme e ambição correram na família. Seu antepassado Thomas “Tom Barton” chegou da Irlanda a Bordeaux em 1725 e logo lançou uma empresa comercial que gerou uma fortuna familiar. Na época, a Irlanda era o segundo maior mercado de exportação de vinhos de Bordeaux, depois da Holanda.
O neto de Thomas, Hugh, herdou o negócio, mas quase perdeu a vida e os negócios durante a Revolução Francesa. Ele escapou da prisão e da guilhotina, fugiu para Dublin e transferiu a empresa para seu parceiro de transporte francês Daniel Guestier.
Quando foi seguro, Hugh retornou à França, adquirindo o Château Langoa em 1821. Cinco anos depois, a vasta propriedade de Léoville foi vendida e Barton adquiriu uma grande parte dos vinhedos, criando o Château Leoville Barton.
Anthony era visto como uma figura arrojada no comércio de vinhos por décadas. Mudou-se da Irlanda para Bordeaux em 1951 e aos 21 anos, como herdeiro de seu tio Ronald, que havia herdado as propriedades em St.-Julien e gerenciava a empresa Négociant Barton & Guestier.
Quando Anthony chegou em Bordeaux, ele trabalhou para a Barton & Guestier enquanto seu tio gerenciava as propriedades. A guerra deixou Langoa e Léoville com lucros escassos por muitos anos.
Em 1983, Anthony herdou os Châteaux Léoville Barton e Langoa Barton de seu tio.
Seu talento para gerenciar as propriedades valeu a pena. Os vinhos Barton sempre tiveram uma boa reputação, mas Anthony logo impulsionou Léoville Barton ao status de "super segundo", em referência a propriedade ser classificada como um Deuxièmes Crus na Classificação Oficial de Bordeaux de 1855, ganhando elogios consistentemente altos por seus vinhos.
» Receba as notícias da ADEGA diretamente no Telegram clicando aqui