A primeira palavra pronunciada por um recém-nascido é, de praxe, mamãe. Para os recém-convertidos ao culto de Baco, o vocábulo na ponta da língua é Cabernet
por André De Fraia
Vinhedo de Cabernet Sauvignon, a rainha das uvas
God save the Queen!
Mas não estamos pensando na Rainha Britânica ou qualquer outra de carne e osso, e sim na rainha das uvas, hoje, 02 de setembro é o dia mundial da Cabernet Sauvignon.
A data, no entanto, não é fixa. A comemoração, criada nos Estados Unidos, é marcada para a quinta-feira anterior ao Dia do Trabalho da terra de Tio Sam, que por sua vez é celebrado na primeira segunda-feira de setembro. Ufa!
O nome “Cabernet Sauvignon” surgiu apenas no século 17, mas não há um consenso se a casta em si nasceu por volta dessa época ou se é mais antiga. Alguns estudiosos apontam que a Biturica, cepa mencionada pelo naturalista romano Plínio, o Velho no século 1 da nossa era, seria a CS.
A Cabernet Sauvignon é altamente adaptável
O que até levou produtores italianos a reivindicar a origem da casta que seria uma italiana afrancesada.
De fato mesmo o que sabemos desde 1997 com pesquisas de DNA realizadas na Universidade da Califórnia, é que a Cabernet Sauvignon é um cruzamento da Cabernet Franc com a Sauvignon Blanc.
O laboratório confirmou o que parece óbvio, afinal o nome já sugeria sua origem. Mas apesar dessa “lógica”, não temos registros de como ou porquê a casta foi assim batizada.
A maioria dos estudiosos acredita que o fato dela ter os nomes de seus “pais” é apenas uma coincidência. Afinal “Sauvignon” vem do francês arcaico “sauvage” que significa “selvagem”, dando a entender que tanto a CS quanto a Sauvignon Blanc eram castas nativas que foram “domesticadas”.
Já o termo “cabernet” é um mistério, o que se sabe é que a Cabernet Franc já tinha esse nome pelo menos 100 anos de “surgir” a Cabernet Sauvignon que possivelmente ganhou esse nome por ser parecida com a Franc.
A CS é simplesmente a principal casta de uma das principais regiões produtoras de vinhos do mundo: Bordeaux.
O solo na margem esquerda de Bordeaux é um dos que extraem o melhor da Cabernet Sauvignon
Apesar de não ser a casta mais plantada da região (a Merlot ocupa área maior), os tintos da margem esquerda – local onde estão os mais tradicionais châteux bordaleses – são o modelo mais imitado em todo globo. Assim, a CS expandiu-se a partir dos anos de 1970 junto com o "padrão Bordeaux".
Outro fato é que a Cabernet Sauvignon é altamente adaptável e muito resistente a pragas. Ela cresce em uma grande diversidade de terrenos ao redor do mundo, fazendo dela a casta mais difundida que temos.
Até por isso os vinhos de CS, varietais ou não, podem ter características como:
Assim, abra o seu Cabernet Sauvignon hoje e brinde à Rainha das uvas. E se quiser dicas para encontrar o seu CS, clique aqui para os vinhos mais bem pontuados das maiores importadoras do país.
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