Importadoras criam empresa de logística conjunta para atender as crescentes demandas de mercado
por Por Christian Burgos
Antônio Carvalhal Filho, Adilson Carvalhal, Adilson Carvalhal Júnior, Antônio Carvalhal Neto, Pedro Corrêa de Oliveira e Fernando Corrêa de Oliveira
Há exatos 10 anos, duas importadoras de vinhos decidiram iniciar uma operação conjunta na importação de vinhos e alimentos. Casa Flora, com sede em São Paulo, e Porto a Porto, com sede em Curitiba, passaram a distribuir conjuntamente seus portfólios baseadas numa estratégia de divisão regional de atuação.
Ao longo dos anos, essa aliança – que se me perguntassem pareceria de sucesso improvável – mostrou-se um grande êxito, colocando o conjunto das empresas como uma das principais importadoras de vinhos e alimentos do país. Pedro Corrêa de Oliveira, diretor da Porto a Porto, aponta “o respeito e a amizade que se formou entre as famílias como a chave para o sucesso”.
Adilson Carvalhal Júnior, diretor da Casa Flora, ressalta que, no Brasil, “os problemas de infraestrutura, mudanças de regras, greves do funcionalismo público e outros componentes do devastador ‘custo Brasil’ impedem os distribuidores de vinhos e alimentos de trabalharem com menor estoque e mais giro”.
De fato, a necessidade de grandes estoques para evitar rupturas, muitos impostos pagos antes da venda e o alto custo do dinheiro no país ajudam a explicar o preço dos vinhos e tantos outros produtos por aqui. Portanto, para Casa Flora e Porto a Porto, otimizar e aumentar o controle sobre sua logística mostrava-se ser a direção correta.
No dia 12 de agosto, 10 anos após o estabelecimento da parceria operacional, foi inaugurada uma empresa conjunta, a Veloz Logística, um centro de distribuição integrado. Foram investidos R$ 12 milhões no lugar, instalado em 20 mil metros quadrados do município de Campina Grande do Sul, sendo 6 mil metros quadrados construídos com capacidade para armazenar 7 mil palets, com capacidade dinâmica de armazenagem de 10 mil palets.
O diretor da Casa Flora ressalta que, em 2007, pensaram em constituir a empresa e depois de três anos de seleção e longa negociação, finalmente compraram a área, que, em princípio, era grande o suficiente para que a Veloz atendesse não apenas Casa Flora e Porto a Porto, mas também terceiros. Em 2013, na inauguração, Casa Flora e Porto a Porto haviam crescido tanto que a plena capacidade do centro já é consumida pelas duas empresas e uma expansão está em plano.
Empresa de logística foi instalada em 20 mil metros quadrados, com capacidade dinâmica de armazenagem de 10 mil palets
Apesar disso, o objetivo é que a Veloz tenha sua própria rentabilidade e ainda consiga garantir a “qualidade de produtos e eficiência de nossas logísticas”, aponta Pedro Corrêa de Oliveira. E Antônio Carvalhal Neto, diretor da Casa Flora, complementa que isso é possível, pois “tudo foi desenhado especialmente para os vinhos e produtos gourmet”. Em breve, a armazenagem climatizada para 168 palets estará concluída e abrigará os vinhos de mais alto valor agregado.
A empresa cuja participação societária é dividida igualmente entre Casa Flora e Porto a Porto será dirigida pelo empresário Fernando Corrêa de Oliveira, também diretor da Porto a Porto, e gerenciada pelo executivo Lázaro Campos.
Fernando foi o responsável por selecionar o local para o estabelecimento do armazém e conta que a localização estratégica em Campina Grande do Sul, especificamente em um trevo rodoviário da BR-116, oferece fácil acesso para São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Paranaguá e Itajaí. O prefeito da cidade, Luiz Carlos Assunção, ressalta que, além da preferência por empregar a mão de obra local, a Veloz chama a atenção para a vocação logística do município. É mais uma vez o Brasil sendo descoberto pelos empreendedores.
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