Dicas para você não errar na hora de comprar sua primeira adega climatizada
por Sílvia Mascella Rosa
Sistema de refrigeração é um dos pontos cruciais de uma adega
Dizem que ninguém esquece da primeira vez em quase tudo na vida. Assim, decidir comprar a primeira adega climatizada também envolve alguns rituais. Antes de mais nada é preciso responder a algumas perguntas: você bebe vinho mais de três vezes por semana? Você bebe mais em casa? Costuma comprar ou ganhar vinhos que não sejam de consumo rápido? Vive em um local onde as temperaturas médias estão acima dos 22o C?
Se você respondeu “sim” para três dessas quatro perguntas, pode estar na hora de investir em uma adega climatizada, pois seus vinhos estarão em temperatura segura tanto para seu consumo quanto para serem preservados, e lhe darão comodidade e praticidade.
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As boas adegas não são muito baratas, isso é verdade, mas valem o dinheiro gasto, pois, muitas vezes, alguns vinhos que elas armazenarão por tempo indeterminado valem mais do que o eletrodoméstico em si. E aqui vai uma dica de ouro: se você finalmente decidiu fazer essa compra, adquira logo uma peça que armazene mais de 20 garrafas, pois, se você consome duas a três garrafas por semana, com certeza compra uma dúzia por mês. Desse modo, em dois meses sua adega estará cheia, e os vinhos de guarda não terão onde ficar.
No momento de escolher um fabricante, opte por empresas de renome no mercado, que tenham assistência técnica em sua região – as adegas raramente quebram, mas, se isso acontecer, precisam ser reparadas rapidamente para que os vinhos não sofram com a mudança de temperatura. Outra consideração importante é o sistema de refrigeração, escolha sistemas silenciosos e de baixa vibração, de preferência que não sejam iguais aos das geladeiras, que fazem barulho e vibram quando o motor é acionado. Em termos de praticidade, pense que uma boa adega deve ter painéis de controle externos, gavetas de metal (de preferência deslizantes) e, no caso das portas de vinho, que elas tenham proteção para a luz externa.
Para armazenar as garrafas, coloque os vinhos espumantes nas prateleiras mais baixas, os brancos e doces no meio e os tintos na parte mais alta, assim os tintos estarão na temperatura ideal de consumo e os outros precisarão de poucos minutos em um balde de gelo e água para alcançá-la.
Na hora de escolher o melhor tamanho de sua adega, faça uma conta simples: (Compra mensal - consumo mensal) x 12 meses. Se você consome, por exemplo, dois vinhos por semana, e compra 12 por mês, ao final de um ano terá cerca de 50 garrafas guardadas (pensando dessa maneira, uma adega com capacidade para 50 ou 100 vinhos não parece exagero, certo?).
Todos nós gostamos de eletrodomésticos de visual mais “clean”, que não pesem tanto no ambiente, e na hora de escolher uma adega é a mesma coisa. As de vidro transparente, de fato, são mais vistosas, mas tome cuidado e busque aquelas que apresentem vidros especiais (protetores contra os raios UV), que evitam que os raios de sol cheguem ao meio interno e prejudiquem a evolução do vinho. Já no quesito iluminação interna, escolha adegas com lâmpadas que não geram calor (para não prejudicar o vinho).
Em primeiro lugar, é importante deixar os vinhos “descansando” em temperaturas ideais de guarda (elas não são as mesmas das temperaturas de consumo, exceto nos tintos). Para que um vinho evolua da melhor maneira, a temperatura deve estar entre os 14 e 18°C. Em algumas adegas, só é possível escolher uma temperatura, e, nesse caso, você vai precisar resfriar seus vinhos brancos e espumantes antes de consumi-los. Outras, entretanto, apresentam repartições diferentes, que acomodam até três temperaturas diferentes, e assim você poderá servir o vinho direto da adega.
Fique atento a alguns detalhes que com certeza farão diferença. Algumas adegas, por serem praticamente um cofre que fica exposto, possuem sistema de segurança e até mesmo leitor biométrico de impressão digital. Além disso, grande parte delas é equipada com alarmes sonoros que avisam, por exemplo, quando a porta foi deixada aberta ou quando houver alguma pane elétrica. Outro ponto importante a ser levantado são as gavetas. Gavetas basculantes são ideais, pois permitem que você escolha uma garrafa sem ter que ficar puxando várias outras. Mas tome cuidado com o tamanho delas. É preciso que haja espaço para garrafas mais bojudas, como as de Borgonha ou Champagne, ou então de formatos e tamanhos diferentes, como as magnuns e double magnuns.
O coração de uma adega está em seu sistema de refrigeração e, por isso, todo cuidado é pouco. Em síntese, existem dois tipos de refrigeração: por compressor ou por troca de calor. No primeiro caso, escolha uma de baixa vibração (que além de fazer menos barulho, não balança nem as garrafas, nem o vinho). Além disso, algumas adegas também têm sistema de proteção contra quedas de energia, ou seja, o compressor não reinicia a cada piscada de luz, os trancos no motor são menores e a economia de energia é maior. As adegas que funcionam por troca de calor – ou seja, diminuindo a temperatura interna em relação ao meio externo – devem ser avaliadas com mais cuidado. Na maioria das vezes, o sistema é desenvolvido para ambientes em que a temperatura não passa dos 25°C , o que não é o caso do Brasil.
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