O papel da barrica é enriquecer o vinho com novos componentes e permitir que algumas reações físicas aconteçam
por Redação
Quando se fala em madeira no vinho, a primeira imagem que vem à mente é carvalho. E com razão. A espécie é amplamente utilizada na vinicultura por suas características únicas, como flexibilidade, baixa porosidade e a capacidade de agregar aromas sutis à bebida.
Mas será que o carvalho é a única opção? Na região do Vêneto, por exemplo, a cerejeira é utilizada para envelhecer Valpolicella Ripasso, pois suaviza os polifenóis sem adicionar notas de baunilha.
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A influência da madeira vai muito além do envelhecimento. Barris são usados na fermentação alcoólica, malolática e no estágio final do vinho, impactando diretamente sua complexidade e estrutura.
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Além de liberar taninos e aromas, o carvalho permite uma micro-oxigenação, ajudando no amadurecimento da bebida. Mas a forma como o enólogo utiliza essa ferramenta faz toda a diferença no resultado final.
Cada tipo de madeira interage de forma diferente com o vinho. Conheça algumas das principais utilizadas na vinicultura:
Presente nos Estados Unidos, especialmente na Pensilvânia, Minnesota e Wisconsin, o carvalho americano tem granulação mais grossa e é mais denso que o europeu.
É o famoso carvalho francês, encontrado nas florestas da França.
Vinda do norte da França, tem sido usada para envelhecer Sauvignon Blanc.
Mais comum no Vêneto, a cerejeira realça os aromas de frutas vermelhas.
Rica em ácido gálico e taninos, é usada para estabilizar a cor dos vinhos.
Uma tendência recente é o uso de barricas que já armazenaram Bourbon.
O carvalho continua sendo a madeira mais usada na vinicultura, mas outras opções têm conquistado espaço, proporcionando novos aromas e sabores aos vinhos.
Seja pela escolha da madeira ou pelo nível de tosta, o fato é que o barril não é apenas um recipiente, mas uma ferramenta essencial para moldar o caráter da bebida.