Câmara de Agricultura de Var apresentou duas novas variedades da uva Mourvèdre
por Silvia Mascella
Uma uva com muitos nomes e agora outras variedades. Foram inscritas, no último dia 14 de novembro, no catálogo internacional de cepas duas novas variedades da Mourvèdre, uma casta tradicionalmente tinta muito cultivada no sul da França.
Originária da Espanha (alguns dizem que em Murviedro perto de Valencia e outros dizem que em Mataró na Catalunha), por lá ela é conhecida como Monastrell. Já os australianos e os californianos a chamam de Mataro, enquanto para os franceses ela é a Mourvèdre.
LEIA TAMBÉM: Conheça mais sobre a uva Alvarinho (ou Albariño)
É uma uva que gosta de sol e calor, portanto nasceu em áreas quentes da Espanha e se adaptou bem no ensolarado sul da França, onde é uma das principais uvas de Bandol. No entanto, a vitivinicultura moderna não é estática e os pesquisadores trabalham muito com melhoramento genético para conter pragas e fazer frente às mudanças climáticas.
Assim, o Conselho Vitícola da Câmara de Agricultura de Var, região do sudeste da França, anunciou, em um comunicado técnico, o registro e a disponibilidade de duas novas variedades da Mourvèdre, a Gris e a Blanc, que são o resultado de mutações espontâneas no vinhedo da Mouvèdre noir.
LEIA TAMBÉM: Sul da França, curioso e peculiar
As duas novas cepas já estão sendo cultivadas desde 2014 em vinhedos experimentais. As análises até o momento revelaram que elas são mais resistentes à seca e ao calor que vem atingindo o sul da França com as mudanças climáticas, do que as variedades Mourvèdre noir e Clairette. Elas perdem melhos folhas em caso de estresse hídrico, têm brotação tardia (diminuindo o risco de perda por conta das geadas) e pele mais grossa que protege melhor o grão.
Os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento das castas, Garance Marcantoni e Olivier Thevenon, afirmam que as uvas possuem maior resistência às doenças e características organolépticas interessantes, com boa acidez e capaz de produzir álcool como a variedade tinta. O rendimento é semelhante às outras duas variedades e os pesquisadores acreditam que elas resultarão em vinhos rosés e brancos de boa qualidade.
Veja abaixo alguns dos Mourvèdre já degustados por ADEGA:
+lidas
1000 Stories, história e vinho se unem na Califórnia
Vinho do Porto: qual é a diferença entre Ruby e Tawny?
Os mais caros e desejados vinhos do mundo!
Pós-Covid: conheça cinco formas para recuperar seu olfato e paladar enquanto se recupera
Notas de Rebeldia: Um brinde ao sonho e à superação no mundo do vinho