Escolha sua banda predileta e uma das opções de vinho para comemorar o Dia Mundial do Rock em grande estilo
por André De Fraia
Quando se fala de trilha sonora para acompanhar uma taça de vinho, talvez rock’n’roll não seja o estilo mais buscado nas playlists. Há quem prefira algo mais sereno, mas quem disse que vinho não combina com baladas mais intensas? Tudo depende do estado de espírito, não é mesmo? Mas hoje, 13 de julho, outros estilos não terão vez, hoje é o Dia Mundial do Rock!
Um grande número de músicos, dos mais diversos estilos, está ligado ao mundo do vinho. De Andrea Bocelli a Jon Bon Jovi, de John Legend a Kylie Minogue. De Jay-Z a Fergie. De Madonna a Dave Matthews.
Ou seja, do clássico, passando pelo pop até chegar ao rap etc. Seja com suas próprias vinícolas, seja fazendo parcerias para criar rótulos específicos, várias bandas e músicos elaboram (ou elaboraram) opções interessantes para quem curte rock.
Sendo assim, ADEGA listou projetos de artistas que colocam seu talento à prova, além dos palcos.
Fundada em 2011, House of Mustaine é a vinícola de Dave Scott Mustaine, vocalista, guitarrista e líder de uma das maiores bandas de heavy metal da história, o Megadeth (nascida em 1983 depois que Mustaine foi expulso de outra famosa banda, o Metallica).
Até 2019, nos arredores da mansão de Mustaine em Fallbrook, Califórnia, havia um pequeno vinhedo, porém a propriedade foi vendida. Ou seja, hoje a empresa não tem vinhedos próprios e se denomina uma curadora de vinhos. A ideia é buscar terroirs e produtores que, junto com o sócio de Mustaine e enólogo Vernon Kindred, produzam vinhos que tragam a alma do Megadeth às garrafas.
Os nomes dos rótulos são bem sugestivos: como o Syrah Darkest Hour, o Cabernet Sauvignon Almost Honest, o rosé She-Wolf e o Syrah Blood of Heroes, inspirados em músicas do Megadeth.
Sting, ex-vocalista e baixista do The Police, diz que foi enganado. Mas se vingou fazendo um vinho de qualidade.
O imbróglio ocorreu na negociação do Il Palagio, sua vinícola na Toscana. O músico contou que o antigo proprietário, para mostrar a excelência do terroir da região, serviu-lhe “vinho da casa”. Impressionado com a qualidade da bebida, Sting resolveu selar o negócio, apesar do estado precário em que se encontrava a propriedade.
Mais tarde, ele serviu a convidados o “excelente” vinho e, quando flagrou alguém jogando a bebida em um canteiro de flores, percebeu que havia sido enganado. Apesar de não detalhar como descobriu, Sting conta que, na verdade, o antigo dono tinha servido um Barolo, dizendo ser o vinho do Il Palagio. Seria o primeiro Barolo toscano? “Foi então que decidimos nos vingar e mostrar que era possível produzir excelentes vinhos com as vinhas do Il Palagio. Nossa aventura na Toscana realmente foi uma forma de nos vingarmos”, revelou Sting. Ele então criou rótulos com os nomes “Message in a Bottle”, “Sister Moon”, entre outros.
Unir a França com Nova York, essa é a ideia da Hampton Water, vinícola de Jon Bon Jovi e seu filho Jesse. Hamptons é uma faixa do litoral no estado de nova York onde o roqueiro tem uma mansão.
A vinícola nasceu em 2017 e contou com a ajuda do enólogo Gérard Bertrand, que recebeu apenas um pedido: fazer um vinho para qualquer ocasião, porém com toda complexidade que o sul da França pode levar à uma taça.
São dois rótulos, The Life e The Diver, ambos rosés. ADEGA já degustou!
Se alguns roqueiros compram vinícolas e produzem seus próprios vinhos, outros se associam ou são homenageados por empresas do mundo do vinho.
O AC/DC, banda australiana que já vendeu mais de 200 milhões de álbuns em seus quase 50 anos de atividade, se associou à vinícola Warburn Estate também da Austrália para produzir a linha AC/DC The Wine.
Os rótulos foram lançados em 2011 e receberam o nome de músicas da banda: Back in Black Shiraz, Highway to Hell Cabernet Sauvignon, You Shook Me All Night Long Moscato e Thunderstruck Chardonnay.
Outro roqueiro que teve sua imagem ligada ao mundo do vinho é o Príncipe das Trevas Ozzy Osbourne.
O ex-vocalista do Black Sabbath é a cara de uma linha da vinícola Walkers Bluff, em Illinois, nos Estados Unidos. O vinho Solar Red foi lançado para comemorar a apresentação do roqueiro durante um eclipse solar no festival Moonstock de 2017. Ele é um 90% Zinfandel e 10% de Syrah, sendo que a colheita foi feita de forma manual e contou com a ajuda de Sharon Osbourne, esposa de Ozzy.
A embalagem também é, digamos, singular. A vinícola produziu 500 garrafas, assinadas por Ozzy, que vêm dentro de um caixão.
Em 2011, a banda Kiss, famosa por suas fantasias e maquiagens – além das músicas, obviamente – fez uma parceria com a distribuidora de vinhos Rewine para lançar uma marca própria de vinhos.
Assim elaborou-se o “Zin Fire”, um “ousado e frutado” Zinfandel da Califórnia. Na época, Paul Stanley, membro da banda afirmou: “Não é apenas algo em que colocamos um rótulo. Queríamos um vinho exclusivo do Kiss e conseguimos. Isso vai colocar fogo em suas papilas gustativas”.
Apenas uma safra foi produzida e já não se encontram garrafas no mercado. Posteriormente, a banda lançou runs.
Em 2011, o Motörhead decidiu entrar na balada do vinho.
Liderada desde 1975 pela lenda Ian Fraser 'Lemmy' Kilmister – que havia sido demitido de sua banda anterior, Hawkwind –, o grupo foi um dos maiores e mais duradouros da cena heavy metal, finalizando suas apresentações apenas em 2015 quando o "Padrinho do Heavy Metal" sucumbiu ao câncer.
O rótulo Motörhead Shiraz 2010 foi produzido em Hunter Valley, Austrália, pela Broken Back Winery, e até recentemente ainda estava sendo fabricado.
Sim, os “deuses do thrash metal” também têm seu próprio vinho.
E mais! Deram o nome do seu álbum mais icônico: Reign in Blood, para um Cabernet Sauvignon da Califórnia.
A primeira versão foi lançada em 2010, mas novas safras vêm sendo lançadas anualmente desse vinho “duro e intransigente”, como aponta seu distribuidor.
Em conjunto com a MusiConsult, a gestão empresarial da banda, o produtor português Roquevale e os importadores holandeses Drankgigant, o grupo Sepultura criou um vinho tinto (blend de Aragonez, Trincadeira e Castelão) e um branco (Antão Vaz, Síria e Fernão Pires) com sua marca.
A ideia foi enfatizar a música do grupo na bebida, com muita potência. Ah, só foram usados ingredientes orgânicos e nenhum produto químico na produção.
Pois é, o “Rei do Rock”, mesmo morto há muito tempo, também tem uma marca de vinhos.
Por trás do “The King – Elvis Presley” está Brett Ehlers da E2 Family Winery que fez um Cabernet Sauvignon da Califórnia da safra 2018. Cada garrafa é numerada individualmente e vem com um certificado de autenticidade. A ideia é elaborar uma série de vinhos para homenagear a maior lenda do rock.
O projeto é uma colaboração entre Graceland, Elvis ’Estate e Wines That Rock, marca que já têm rótulos de bandas como Pink Floyd, Grateful Dead, The Rolling Stones, The Police etc.
A icônica banda de rock Grateful Dead, através do gerente do seu legado, anunciou o lançamento de dois vinhos, um Old Vine Zinfandel, proveniente de vinhas de 35 a 80 anos na denominação de Lodi, Califórnia, e um Cabernet Sauvignon. A responsável pela produção é a Gnarly Head, produtora de vinhos da Califórnia especialista em vinhas velhas.
“Os vinhos Gnarly Head e a música do Grateful Dead estão enraizados no norte da Califórnia, e ambos são expressivos, ousados e fiéis às suas raízes – então essa parceria é um ajuste natural. E eles são fantásticos quando apreciados juntos”, comentou Andrew Blok, diretor de marca da Gnarly Head.
Os rótulos dos vinhos apresentam iconografia instantaneamente familiar aos “Deadheads”, como são chamados os fãs do Grateful Dead. No Limited Edition Old Vine Zinfandel estampado no rótulo está uma figura de caveira e rosas, típica da banda, que emerge do tronco de uma videira antiga e retorcida. Já no rótulo do Limited Edition Cabernet Sauvignon, o relâmpago “Bolt skull”, que ficou famoso na capa do épico álbum duplo ao vivo de 1976 “Steal Your Face”, aparece adaptado junto ao nome do vinho.