Da Rioja ao Priorat: conheça os melhores vinhos e as regiões mais famosas das Denominações de Origem da Espanha
por Por Arnaldo Grizzo
A Espanha, reconhecida por sua extensa vitivinicultura, possui a maior área plantada com vinhas no mundo e é o terceiro maior produtor de vinhos globalmente. Com cerca de 44 milhões de hectolitros de vinho produzidos anualmente, grande parte dessa produção vem de aproximadamente 70 denominações de origem reconhecidas.
O sistema de Denominación de Origen Protegida (DOP), que inclui categorias como DOC e Vinos de Pago, destaca a diversidade e qualidade dos vinhos espanhóis, complementado por uma legislação rigorosa sobre os termos de envelhecimento, classificando os vinhos em Jóven, Crianza, Reserva e Gran Reserva.
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O sistema de Denominación de Origen (DO) espanhol foi criado em 1932, mas posteriormente revisado em 1970 e atualizado em 2016 para se chamar Denominación de Origen Protegida. Atualmente há mais de 130 áreas consideradas DOP e IGP (Indicação de Origem Protegida).
Dentro da categoria DOP, há o status de Denominación de Origen Calificada (DOCa ou DOQ em catalão) com duas regiões consideradas Rioja e Priorat. Mas ainda há os ditos Vinos de Pago e Vino de la Tierra, por exemplo.
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Além das inúmeras denominações de origem, a Espanha tem ainda uma curiosa legislação em relação aos termos ligados ao envelhecimento do vinho. São considerados quatro níveis, que podem levar o nome de Jóven, Crianza, Reserva e Gran Reserva de acordo com o tempo de estágio das bebidas em barricas e em garrafa antes de serem lançadas no mercado.
Na Andaluzia, sul da Espanha, ao redor da cidade de Jerez de La Frontera, ficam as denominações Jerez-Xérès-Sherry e Manzanilla Sanlúcar de Barrameda, que compartilham similaridades.
As condições microclimáticas especiais das vinícolas localizadas na localidade costeira de Sanlúcar de Barrameda produzem uma espécie de flor distinta. Na verdade, são produzidos numa zona tão bem definida que têm a sua Denominação de Origem própria, a de Manzanilla Sanlúcar de Barrameda.
Eles são envelhecidos exclusivamente sob flor em Sanlúcar de Barrameda. Seu teor alcoólico varia de 15% a 19%. Embora o Manzanilla seja denominado Manzanilla Fina, um vinho extremamente claro, leve e seco, dependendo da duração e das circunstâncias do seu envelhecimento, existem outros tipos como o Manzanilla pasada que é menos pálido e tem mais corpo devido a uma ligeira oxidação do vinho durante o seu longo envelhecimento.
O clima da região é costumeiramente seco e quente, temperado pelas brisas do oceano pela manhã. Os solos tendem a ser divididos em três tipos principais. Albariza seria uma mistura de calcário, argila e areia que preserva bem a umidade e é melhor indicado para o cultivo de Palomino. Barros seria uma mistura com mais teor de argila e menos de calcário. E, por fi m, o Arenas, como o próprio nome sugere, possui maior proporção de areia. Estes dois últimos tipos de solo são mais indicados para a produção de Pedro Ximénez e Moscatel.
Palomino Fino, Moscatel e Pedro Ximénez. Antes da filoxera, estimava-se que houvesse mais variedades usadas para a produção de Jerez, mas agora apenas essas três uvas brancas são utilizadas. Palomino é a uva dominante nos Jerez secos e representa aproximadamente 90% das uvas cultivadas na região. Pedro Ximénez é utilizada para a produção de vinhos doces. Moscatel é usada de forma semelhante ao Pedro Ximénez, mas é menos comum.
González-Byass, Fernando de Castilla, Barbadillo, Pedro Domecq, Hidalgo, Emilio Lustau, Valdespino, Bodegas Tradicion, Williams & Humbert, El Maestro Sierra, Equipo Navazos, etc.
No centro-oeste espanhol, ao norte de Madrid, no planalto pelo qual atravessa o rio Duero (ou Douro, como é conhecido em Portugal), fica a esta denominação, provavelmente uma das duas mais famosas do país juntamente com Rioja.
Ribera del Duero está localizada no grande planalto norte da Península Ibérica, composto por um grande pedestal antigo e, em parte, coberto por sedimentos terciários. O maior volume desses sedimentos é constituído por camadas mais ou menos lenticulares de areia siltosa ou argilosa, e destaca-se a alternância de camadas, tanto calcárias quanto margas, e até concreções calcárias.
A bacia hidrográfica, formada durante o período Mioceno, apresenta níveis horizontais, suavemente ondulados, limitados pela erosão, e hoje convertida ao estado de peneplanície. Há mais de 30 tipos diferentes de solos catalogados na região. O clima é temperado continental, ou seja, bastante rigoroso e com pouca umidade
A grande variedade de Ribera é, obviamente, a Tempranillo, que pode ser chamada ainda de Tinta del País ou Tinto Fino. No entanto, outras variedades internacionais se destacam, como a Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Garnacha.
Entre as brancas, o principal nome é Albillo. Produtores consagrados Vega-Sicilia, Mauro, Aalto, Valderiz, Pingus, Alnardo, Dominio de Atauta, Valduero, Pesquera, Sastre, Telmo Rodriguez, Ontañon, Peñafi el, Vinun Vitae, Garmón, Arzuaga, Nexus, Abadia Retuerta, etc.
A região fica bem ao norte do país, ao redor do vale do rio Ebro, circundando a cidade de Logroño. Ela é dividida em Rioja Alta, a parte mais ao oeste; Rioja Alavesa, a parte mais ao norte; e Rioja Oriental (antes chamada Baja), mais ao leste. Rio[1]ja é uma DOCa, um status acima da DO.
Um dos baluartes da DOCa Rioja é o uso da madeira, tanto que os vinhos são denominados gradativamente de acordo com o tempo que passam em barrica, indo do genérico, passando pelo Crianza, depois Reserva e, por fim, Gran Reserva (veja box no início).
Os vinhos são envelhecidos em barricas de carvalho de 225 litros. Rioja é o maior parque de barris do mundo, com mais de 1,3 milhão.
No entanto, desde 2017, a região criou uma forma de dividir os vinhos qualitativamente ao dar mais ênfase à sua origem, além do tempo em barrica, com a seguinte divisão: vinhos de zona, vinhos de município e vinhos de vinhedos singulares (que seriam os mais representativos da região).
E esses três tipos então são divididos novamente em quatro categorias de acordo com o tempo de estágio em barrica. A região criou ainda uma normativa para a produção de espumantes.
A DOCa Rioja possui três zonas distintas de produção: Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Oriental (até 2018 denominada Rioja Baja). Rioja Alavesa fica a oeste da cidade de Logroño, na margem norte do rio Ebro.
Os vinhedos estão em solos predominantemente calcário-arenosos e os vinhos lá produzidos são provavelmente os mais sutis e elegantes da região.
Os climas em Rioja Alta e Rioja Alavesa são bastante similares e, devido à influência do Atlântico, não ocorrem temperaturas extremas. Em Rioja Oriental, a leste de Logroño e na margem sul do Ebro, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos.
Os solos são bastante argilosos e chove pouco. Os vinhos de lá costumam ter menor potencial de guarda do que os das outras regiões.
A Tempranillo é a grande casta local, representando quase 90% da produção de tintas. Em seguida, temos Garnacha, Graciano, Mazuelo e Maturana. Entre as brancas, a Viura responde por mais de 70% da produção, seguida por Malvasia, Garnacha Blanca, Tempranillo Blanco, Maturana Blanca, Turruntés, Verdejo, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Ao todo, 14 variedades são permitidas.
Produtores consagrados Lopez de Heredia Viña Tondonia, Marques de Riscal, Marques de Murrieta, Contino, Telmo Rodriguez, Allende, Roda, Contador, Muriel, Remírez de Ganuza, CVNE, Muga, Marques de Cáceres, Vivanco, Artadi, etc.