Com um verão extremamente quente, a Europa antecipa a colheita da safra 2022 com um rendimento menor, porém, com a qualidade elevada
por André De Fraia
A Europa enfrentou nesse último ano um inverno mais seco e quente, seguido de um verão com ondas de calor, o resultado nas uvas foi um amadurecimento precoce. Tanto que diversas grandes regiões vitivinícolas anteciparam a colheita 2022.
E como tudo, tem seu lado bom e seu lado ruim: os relatos dizem que o rendimento será menor, porém, com uma qualidade elevada.
Na França, Provence, Champagne, Bordeaux, Borgonha e a grande região do Languedoc-Roussillon já iniciaram as suas colheitas, essa última aliás – mais quente da França – foi a primeira que iniciou em 3 de agosto.
Todas passaram por um estresse térmico e hídrico, mas os sinais apontam para uma safra com grande potencial. Borgonha foi premiada por dias de chuva antes da colheita o que contribuiu para aumentar o rendimento da colheita.
Na Espanha, as regiões mais ao sul do país como Jerez e a Catalunha iniciaram suas colheitas ainda em julho com as demais iniciando a partir do dia 16 de agosto. A região de Rueda, por exemplo, teve a colheita mais cedo da história e as vinícolas da região já se preparam para que essa data seja cada vez antes.
Em Portugal, o Douro foi a principal região afetada. O calor extremo e a seca na região, deverão produzir uma colheita extremamente pequena, embora se esperem alguns vinhos excepcionais para a vindima deste ano. A chuva na região foi 70% abaixo da média dos últimos 30 anos, no entanto, o cenário para as vinhas velhas é visto como positivo e os vinhos secos e, principalmente, os Portos provenientes desses vinhedos estão com expectativas extremamente boas.
Na Itália, a região do Piemonte começou a vindima10 dias antes da já historicamente antecipada colheita de 2021. O verão foi extremamente quente, porém as notícias são positivas com os primeiros testes do vinho mosto mostrando qualidade acima da média.
Outro país afetado pelo verão quente foi a Alemanha, o clima por lá beneficiou as uvas brancas que não foram afetadas por doenças e melhorou a principal características das castas mais produzidas por lá, o aroma. Riesling e Gewürztraminer são uvas conhecidas como aromáticas que se beneficiaram do clima sem perder a boa acidez. Já as tintas amadureceram de modo inesperadamente boa e a esperança é de um rendimento baixo, porém com vinhos encorpados.