Muito mais do que um chileno no Terroir Argentino

Aurelio Montes Del Campo, filho de Aurelio Montes, cuida do projeto da empresa na Argentina visando novos desafios mundo afora

por Por Guilherme Velloso

O nome é Aurelio Montes Del Campo, mas não raro ele é apresentado simplesmente como Aurelio Montes “Junior”. O pai, Aurelio Montes, é um dos enólogos (e produtor) chilenos mais conhecidos e respeitados no mundo, fundador e um dos proprietários da vinícola que leva seu sobrenome, a Viña Montes. O parentesco pode induzir a duas conclusões equivocadas a respeito do filho. Primeira, a de que sempre quis ser enólogo, como o pai; segunda, a de que sua carreira foi construída na Montes.

Embora tenha convivido com o mundo do vinho praticamente desde que nasceu, mesmo na adolescência Aurelio Montes Del C (é como o nome aparece em seu cartão de visitas) praticamente não consumia vinho, cerveja ou qualquer bebida alcoólica, simplesmente porque era esportista praticante, principalmente de boxe, atividade a qual dedicava, em média, quatro horas diárias de treinamento. O vinho, como bebida, só começou a fazer realmente parte da sua vida na universidade e só se transformou em paixão depois que, já formado, foi viver e trabalhar na Austrália. De lá, passou pelo Napa, na Califórnia, para um estágio na vinícola Franciscan, que à época pertencia a um chileno. Ele já tinha visitado o Napa com o pai, aos 18 anos, no que hoje admite, rindo, ter sido um “trabalho oculto” de atração, pois – em suas próprias palavras – o Napa era a “Disneyworld do vinho”.

Quando voltou ao Chile, Aurelio pai tentou convencê-lo a ir trabalhar na Montes, mas o filho recusou o convite, pois compreensivelmente não queria que pensassem que só estava lá por ser filho do dono. Para desgosto do pai, que queria tê-lo a seu lado, foi trabalhar na recém-fundada Viña Ventisquero, onde permaneceu por seis anos, uma experiência profissional que classifica como “espetacular”. Como segundo enólogo (o enólogo-chefe da Ventisquero, Felipe Tosso, é seu amigo até hoje), além de cuidar da linha Ramirana, ficou responsável pelo vinho que a vinícola produzia sob encomenda para o famoso cantor Luis Miguel, o que, segundo ele, rendeu divertidas viagens, inclusive para assistir a shows do cantor nos Estados Unidos.

Somente em 2007, ele finalmente aceitou o convite para trabalhar na Montes, como enólogo-chefe da vinícola, em Apalta. Quatro anos mais tarde, foi convidado pela direção do grupo a comandar a Kaiken, projeto da Montes em Mendoza, na Argentina, iniciado em 2001 (no idioma mapuche, “Kaiken” é o nome dos gansos selvagens da Patagônia, que voam entre Argentina e Chile). A Kaiken, que começou quase como uma aventura enológica, está consolidada e hoje exporta seus vinhos para 50 países.

Aurelio Montes Del Campo, paraquedista nas horas vagas, tem 39 anos e é o terceiro de cinco filhos (tem duas irmãs mais velhas e uma irmã e um irmão mais jovens). É também o único que trabalha com vinho. O irmão mais moço, um “gaucho” segundo ele, ajuda a cuidar de uma propriedade particular do pai, onde se cultivam cereais e frutas, inclusive uvas, que, faz questão de informar, não são vendidas para a Montes. Por opção, cujas razões explica na entrevista a seguir, decidiu morar em Mendoza, com a segunda mulher (ficou viúvo da primeira) e os três filhos desse casamento. Por sinal, seu filho do meio, hoje com três anos, é o quarto “Aurelio Montes” da família.

"Disse que não queria trabalhar com meu pai “porque ele não estava preparado para trabalhar comigo”. Até hoje não me arrependo dessa frase, porque, para trabalhar em família, é preciso se preparar"

Os Aurelios da família Montes

Os Aurelios da família Montes

Seguir os passos de seu pai foi uma escolha natural?

Não. Nunca quis ser enólogo. Comecei na enologia bastante velho. Como era muito esportista, não tomava álcool. Estudar enologia e um produto que não me agradava não era uma opção. Mas gostava muito do campo, de estar ao ar livre. Assim, estudei agronomia e meu objetivo era ser viticultor ou fruticultor. Já na universidade, comecei a tomar vinho, mas de forma moderada. Até que chegou o momento de escolher uma especialização. E aí comecei a me encantar por esse mundo pelo lado da química, pela parte científica do vinho. Por isso, decidi fazer duas especializações: fruticultura e enologia. Mas ainda não sabia o que fazer.

Como foi essa descoberta?

Viajei para a Austrália com minha mochila e uma passagem só de ida. E encontrei trabalho na (vinícola) Rosemount, onde fiquei seis ou sete meses. Lá me apaixonei pelo vinho. O enólogo-chefe, de quem fiquei amigo, e outro enólogo da vinícola me mostraram o mundo do vinho de uma forma muito divertida. Na época (era o ano 2000), o mundo do vinho no Chile era muito sério. Depois, passei quatro meses nos Estados Unidos, trabalhando numa vinícola, antes de voltar ao Chile.

A expectativa natural é que fosse trabalhar na Montes?

Criou-se uma situação para que eu fosse trabalhar na Montes, mas não aceitei. Quando saí da universidade, não quis trabalhar com meu pai porque não queria que se pensasse que só estava lá por ser filho de Aurelio Montes. Depois, meu pai foi até a Austrália me buscar para trabalhar com ele. Eu tinha 25 anos e até hoje ele ri quando lembra que eu disse que não queria trabalhar com ele “porque ele não estava preparado para trabalhar comigo”. Até hoje não me arrependo dessa frase, porque, para trabalhar em família, é preciso se preparar.

Por isso decidiu trabalhar na Ventisquero?

Foi sim, e meu pai não gostou. A Ventisquero estava começando. Fui trabalhar como segundo enólogo com Felipe Tosso e me tornei responsável pela linha Ramirana; depois pelo vinho que fazíamos para o (cantor) Luis Miguel. Fiz uma carreira espetacular e fui muito feliz lá. Sou muito agradecido a Ventisquero, onde fiquei por seis anos, até 2007.

Depois veio novo convite para trabalhar na Montes?

Recebi um chamado de meu pai dizendo: “Venha trabalhar comigo, porque precisamos de você aqui”. Foi um convite diferente. Foi um convite mais técnico, mais profissional. E aí comecei na Montes. Brigamos muito no início, mas nos acostumamos cada um a respeitar o espaço um do outro. Ele cedeu em algumas coisas e eu em outras, até porque tenho grande respeito profissional por meu pai. Hoje, somos bons amigos e bons parceiros.

Como foi sua ida para a Kaiken, em 2011?

Kaiken sempre foi um projeto de exploração, de aventura. A verdade é que nunca pensamos que teria a força que alcançou, com até 100% de crescimento em alguns anos. Mas a Kaiken acabou transformando-se no irmão menor da Montes. A segunda mão ia para a Kaiken. O investimento que sobrava era para a Kaiken. Em 2011, decidimos que era hora de vestir calças compridas e colocar gravata. Cheguei para que a Kaiken se tornasse independente da Montes. Por isso, me mudei para Mendoza. Quando começamos, tínhamos apenas quatro vinhos: dois Malbec e dois Cabernet Sauvignon. Dois na linha Reserva, dois na Ultra. Quatro vinhos é bom para a França, para os grandes Châteaux, mas não para nós. Fora o Mai (um Malbec, vinho top da vinícola) nosso maior sucesso é o Cabernet Sauvignon, mas não é nem de perto o que mais vendemos, porque todos querem Malbec. Nosso Malbec é maravilhoso, mas as pessoas não dão oportunidade para o Cabernet Sauvignon, porque pensam que, para essa cepa, é melhor Chile, Napa ou Bordeaux. A diferença entre um Malbec e um Cabernet Sauvignon argentinos, como dizemos ironicamente, é que o Malbec é para enólogos fracos, porque onde se produz é bom. Pode ser bom, muito bom ou ótimo, mas é sempre bom. O Cabernet Sauvignon não. É preciso encontrar o lugar certo. Pode ser horrível ou pode ser realmente espetacular.

Acha que concentrar as apostas na Malbec é um risco?

Pode ser muito bom hoje, mas é um perigo no futuro. É só olhar o que aconteceu com a Austrália. Foi só Syrah, Syrah, Syrah e hoje as vendas caem, caem, caem e a Austrália não consegue levantar a cabeça. Então, é preciso aprender com o erro dos outros. A Argentina tem muitas variedades. Para mim, as que podem fazer a diferença são Bonarda, Petit Verdot, Cabernet Franc e Tannat de Cafayate. Mas não são uvas para vinhos de massa.


No idioma mapuche, “Kaiken” é o nome dos gansos selvagens da Patagônia, que voam entre Argentina e Chile

"A diferença entre um Malbec e um Cabernet Sauvignon argentinos, como dizemos ironicamente, é que o Malbec é para enólogos fracos, porque onde se produz é bom. O Cabernet Sauvignon não. É preciso encontrar o lugar certo. Pode ser horrível ou pode ser realmente espetacular"

Que novos vinhos foram lançados depois que assumiu?

Acrescentamos um rosé na linha Reserva e lançamos uma nova linha de vinhos especiais, que se chama “Terroir Series”: um Torrontés, um corte de Malbec, Bonarda e Petit Verdot e um corte de Cabernet Sauvignon, Malbec e Petit Verdot, que ainda não chegou ao mercado brasileiro. Além disso, na linha Ultra, lançamos o primeiro Chardonnay da Kaiken. Não é fácil produzir Chardonnay na Argentina. Quando se encontra o lugar certo é uma delícia, mas custa muito encontrá-lo. E conseguimos, em Gualtallary, no alto Tupungato, a 1.500 metros de altitude. Mas, primeiro, testamos esse Chardonnay em nosso (espumante) Brut, que é um corte de 70% Pinot Noir e 30% Chardonnay.

O que mais mudou na vinícola?

Hoje temos uma área comercial 100% independente, com argentinos e não mais chilenos, porque não queremos repetir um estilo chileno na Argentina. Temos uma equipe enológica distinta. Mudei-a toda. Temos um engenheiro encarregado das várias propriedades, o que antes não tínhamos. O único chileno que trabalha na vinícola sou eu e vivo com minha família na Argentina.

"Para mim, “terroir” engloba um componente que é o ser humano. Os vinhedos e as vinícolas dependem de pessoas e não de robôs. Obviamente, a cultura e as pessoas se misturam com o terroir. Um vinho argentino feito por italianos ou por franceses é diferente de um feito por argentinos"

Não teria sido mais fácil, do ponto de vista familiar, até pela distância, viver no Chile e viajar duas ou três vezes por mês a Mendoza?

Fui viver lá porque é diferente entender as coisas pela raiz. Vou dar um exemplo. Fazemos vinho no Chile, na Argentina e no Napa (Napa Angel). Quando compro uvas no Chile, faço um contrato. Assim, já temos contratos fechados para 2014, ou seja, já negociei o preço das uvas, as condições de manejo do vinhedo etc. Nos Estados Unidos, não existe negociação. O preço já está estabelecido. Nos primeiros anos, tentamos negociar e os americanos nos olhavam como latinos loucos. Na Argentina, ocorre algo único no mundo. Falo com um produtor e digo que quero comprar sua uva. Nenhum problema. Termina a colheita, você faz o vinho. Quando o vinho já está pronto, o produtor vem bater na sua porta e aí começa a negociação. É um processo muito italiano. Não existe contrato. Poderia até fazer, se quisesse, mas não é assim que funciona. Funciona com um aperto de mãos, mas a negociação é muito dura e pode durar meses. E é cansativo. O vinho já é seu, já está na vinícola, não tem volta. Então, é uma experiência única, que faz com que este seja um terroir “culturalmente” diferente. Por isso, decidimos comprar nossa própria vinícola (nos primeiros anos, o vinho era produzido em instalações alugadas), porque nos cansamos de tanta negociação. Hoje, no total, já investimos mais de US$ 20 milhões no país e nos sentimos muito bem. Somos parte da Argentina. Também quero entender a política, à qual dedico bom tempo. Hoje não posso importar barricas e estou trabalhando com a embaixada chilena para poder importar coisas básicas para produzir meus vinhos. Estou vivendo a Argentina de dentro e, para mim, isso é parte do terroir.

Explique melhor esse conceito.

Para mim, “terroir” engloba um terceiro componente, que normalmente não se reconhece como tal, que é o ser humano. Os vinhedos e as vinícolas dependem de pessoas e não de robôs. Obviamente, a cultura e as pessoas se misturam com o terroir. Um vinho argentino feito por italianos ou por franceses é diferente de um vinho argentino feito por argentinos ou por chilenos. Portanto, isso não é terroir no sentido de solo ou clima. É terroir humano. Quando chegamos à Argentina, o mais difícil foi entender o estilo de trabalho e implementar o que achávamos correto.

Porque a Montes decidiu investir na Argentina?

Muita gente acredita que escolhemos a Argentina porque é perto. Isso é um grande erro. Viajamos muito buscando novos lugares. E sempre discutimos onde poderíamos começar. Fomos a Espanha, Portugal, França. No Velho Mundo, as regras do jogo para produzir vinhos estão todas aceitas. Na Argentina é o contrário. Há 10 ou 15 anos, a Argentina praticamente não existia em nível mundial. Havia apenas três ou quatro vinícolas grandes e o resto era para consumo local. Quando Nicolás Catena convidou meu pai para a inauguração de sua nova vinícola, começamos a pesquisar. E encontramos um mundo enológico totalmente aberto, com tremendo espaço para crescer. Assim, o que nos atraiu foi a aventura de algo novo, de produzir vinho num país tão alucinante como a Argentina, e que nos recebeu generosamente, de braços abertos. Então foi uma aventura de que nunca nos arrependemos. Tivemos sorte de ter sido numa época em que pudemos comprar uma vinícola, comprar propriedades, plantar, aprender. Não havia nenhuma restrição. E pudemos crescer muito rápido.


Kaiken tem três propriedades em Mendoza. Uma em Vistalba (foto), outra em Agrelo e a terceira em Vista Flores

Quantas propriedades a Kaiken tem hoje?

Três. Uma em Vistalba, onde está a vinícola, com 27 hectares. Outra em Agrelo, com 65 hectares. A terceira, que compramos em 2011, é em Vista Flores. São 150 hectares, mas só temos 25 plantados, a 1.350 metros de altitude. Para limpar e depois plantar um único quartel de 6 hectares nos custou um ano. Tivemos que tirar 2.500 caminhões de pedra para poder cultivar. As plantas crescem muito lentamente, porque o solo é uma maravilha, mas muito limitante. E tem um problema que me dá muita pena, que é a corrupção na questão (do fornecimento) das águas. Esse é um tema muito delicado, um tema político. Não falta água para o que está plantado. O problema é crescer. Há água, mas houve muitas irregularidades na outorga dos direitos e na fiscalização do uso. Mas a situação está melhorando e aos poucos vão surgindo soluções. Por isso, acredito que, em 2014, vamos poder começar a plantar mais 100 hectares em Vista Flores.

A seu ver, quais são os desafios que Argentina e Chile têm pela frente?

A Argentina fez um bom trabalho, sobretudo na linha Premium. No mercado de massa, ainda há muito por fazer, muito o que plantar, descobrir novas zonas de produção, novos nichos, vinhos que não sejam apenas Malbec. A Argentina tem dois problemas. Primeiro, ter dedicado todo seu esforço ao Malbec. Segundo, que é gravíssimo, mais de 50% de suas exportações são para apenas dois mercados: Canadá e Estados Unidos. E, quando se olha as estatísticas, as vendas para o Canadá estão caindo e para os Estados Unidos estão estáveis. Não se pode depender de apenas dois países, mesmo que as vendas estejam boas. Nós (Kaiken) vendemos em 50 países. Só Peñaflor e Catena vendem para um número maior de países do que nós.

E o Chile?

Se olho o Chile como país, não como Montes, o desafio é posicioná-lo cada vez mais como (produtor de vinhos) Premium. No Brasil, o Chile é considerado Premium. Mas, se você for para a Inglaterra, para os Estados Unidos ou para a Ásia, o Chile está posicionado em níveis muito baixos. O Chile ainda tem aquela imagem de “bom, bonito e barato”. Tem diversidade de uvas e diversidade climática. É impressionante a quantidade de novas áreas (de cultivo) que tem surgido, a exemplo de nossos vinhos de Zapallar, uma área onde nunca ninguém tinha plantado antes. Então, o tema do dia é deixar de vender 2 por 1, deixar de vender vinhos baratos, porque o Chile merece uma imagem totalmente distinta no mundo. Então, o país só precisa mostrar o que tem. A Argentina, afastar-se um pouco do Malbec e ir ao mundo.

A Montes tem planos de expansão geográfica?

Estivemos muito perto de fechar com Portugal. Sou grande amante do Douro e também gosto muito de Ribera del Duero, na Espanha. Só não fechamos por causa da crise de 2008. Temos muita vontade de começar algo na Europa. O Velho Mundo é o Velho Mundo. Como desafio enológico, é algo que temos que realizar. O Napa, por exemplo, é um projeto muito divertido, mas perdemos dinheiro, porque tudo é muito caro. Só estamos lá por paixão. Vontade por novas aventuras não falta.

Hoje a Montes faz vinhos no Chile, na Argentina e nos Estados Unidos. Já pensaram em fazer um corte com vinhos dos três países?

Queríamos fazer, mas pesquisamos e, legalmente, não é possível. Os Estados Unidos são o único país que permitiria. Argentina não permite. E não poderíamos usar a denominação de origem. Assim, teríamos que colocar apenas “vinho tinto” no rótulo e explicar tudo no contrarrótulo. Minha ideia era fazer um corte de Cabernet Sauvignon do Napa, Malbec da Argentina e Carménère do Chile. Mas legalmente seria muito complicado. Quem sabe para alguma data especial?

Vinhos avaliados

AD 90 pontos
KAIKEN CHARDONNAY ULTRA 2011

Kaiken, Mendoza, Argentina (Vinci US$ 43). Como o próprio Aurelio Montes reconhece, não é fácil produzir Chardonnay na Argentina. Mas o esforço pode ser recompensado, como no caso deste exemplar da linha top (Ultra) da Kaiken. Com aromas cítricos e que lembram abacaxi fresco, é um vinho seco, mas com muita fruta na boca, o que lhe confere ótima acidez e frescor. Ressalte-se o judicioso uso da madeira. Foram utilizadas barricas francesas novas, mas apenas 30% do vinho passou por elas, o suficiente para acrescentar um toque de maciez na boca sem mascarar a boa fruta. Como esta foi sua primeira safra, a produção não chegou a mil caixas. Boa opção para acompanhar carnes brancas (como a de porco) ou peixes em diferentes preparações. GV

AD 89 pontos
KAIKEN CORTE TERROIR SERIES 2011

Kaiken, Mendoza, Argentina (Vinci US$ 27). Na verdade, este é um corte tanto de uvas como de “terroirs”: Malbec (80%), de Vista Flores, temperada por 12% de Bonarda de Agrelo e 8% de Petit Verdot de Tupungato, esta última uma das apostas da Kaiken. O resultado é um vinho gostoso e equilibrado em que a Malbec mostra sua força nos aromais florais (violetas) e de fruta madura (ameixas/cereja). Na boca, a fruta se mantém, com boa acidez, taninos (de boa textura) mais presentes do que se fosse 100% Malbec. Os 14,5% de álcool, comuns em vinhos da região, estão bem integrados ao conjunto. Nesses tempos de dólar mais caro, pode ser um curinga para o dia a dia, pois vai bem com muitos pratos, inclusive massas com molho à base de carne. GV

AD 88 pontos
KAIKEN TORRONTÉS TERROIR SERIES 2012

Kaiken, Salta, Argentina (Vinci US$ 27). A Torrontés é uma exclusividade argentina, ainda que tenha características que lembram a Gewürztraminer alsaciana, como aromas florais intensos e um discreto e (quase) sempre presente amargor final. O “Terroir Series” da Kaiken pode figurar, com justiça, entre os melhores exemplares disponíveis no Brasil. As uvas são de Cafayate, em Salta, considerado o melhor terroir do país para a Torrontés, oriundas de parreiras plantadas há mais de 80 anos. O resultado é um vinho com aromas muito intensos, que combinam o característico floral com uma delicada nota que remete à casca de laranja. Na boca, é muito seco, com ótima acidez e frescor, amargor final praticamente imperceptível e álcool (13,5%) equilibrado. Por ser bem seco e pela acidez, funciona muito bem como aperitivo. Mas vale a pena prová-lo com sushis e sashimis. GV

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