Uma equipe australiana acompanhou mais de 18 mil adultos com mais de 70 anos e descobriu que consumidores moderados de vinho tinham o menor risco de ataque cardíaco ou derrame
por Glaucia Balbachan
Nova pesquisa confirma que uma taça diária de vinho com uma boa dieta, pode ajudar pessoas com mais de 70 anos a manter o coração saudável (Natdanai Pankong/EyeEm/Getty)
Vários estudos descobriram nas últimas décadas que beber aproximadamente uma taça de vinho por dia pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Mas recentemente estudos trouxeram evidências que nenhum nível de consumo de álcool seria seguro. Porém, agora, um novo estudo publicado no European Journal of Preventive Cardiology atribui mais evidências que apoiam o consumo moderado.
Uma equipe de pesquisa da Universidade Monash, em Melbourne, Austrália, descobriu que o consumo moderado de álcool pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, incluindo derrame, ataque cardíaco e morte por outras causas.
Embora estudos anteriores tenham coletado dados de indivíduos mais jovens, esta pesquisa é a primeira de seu tamanho a focar na saúde de adultos com mais de 70 anos.
O estudo, intitulado de ensaio clínico Aspirin in Reducing Events in the Eldery (ASPREE), não foi focado apenas no álcool, mas no estilo de vida e na saúde em idosos com o objetivo de descobrir formas de manter a saúde, qualidade de vida e independência das populações envelhecidas.
Liderada pelo Dr. Johannes Neumann, a equipe reuniu dados de mais de 18 mil adultos americanos e australianos previamente saudáveis, incluindo questionários sobre dieta e bebida.
Indivíduos que consumiam regularmente de 51 a 100 gramas de álcool por semana, ou aproximadamente 3,5 a 7 taças de vinho, eram menos propensos a ter doenças cardiovasculares do que aqueles que não bebiam nada. Aqueles que consumiram álcool moderadamente experimentaram taxas mais baixas de mortalidade geral em comparação com bebedores mais pesados.
Embora o estudo ofereça dados interessantes, ele não explica como o álcool pode ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares. O achado é uma correlação e não necessariamente uma causalidade. Neumann ressalta que os participantes eram saudáveis, não sofriam de problemas cardiovasculares antes do estudo e podem ter sido mais ativos física e socialmente do que a população envelhecida mais ampla. Os autores alertam que mais pesquisas são necessárias.
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