Nos milênios de história da humanidade, vinho e rosas criaram simbologias próprias, ganhando significados dos mais diversos, servindo ao homem para que ele criasse expressões sem precisar das palavras, mas somente destes símbolos.
Conhecidas desde a antiguidade clássica, rosas e videiras convivem no imaginário, mas também nas belas paisagens de terroirs pelo mundo todo.
Quem já não viu, diante das intermináveis fileiras de vinhas, uma roseira?
O que a rosa estaria fazendo lá? São muitas as histórias e versões. Seria para perfumar as uvas ou apenas para embelezar as plantações?
Vinho e rosa sempre estiveram presentes nas histórias da mitologia. Aliás, reza a lenda que Dionísio, deus grego do vinho, estava presente na criação da rosa, pela deusa Clóris (Flora). Do corpo de uma ninfa, Clóris criou a flor. Afrodite teria lhe dado a beleza. Baco (ou Dionísio, na versão grega), o néctar, para formar o perfume inebriante. As três Graças, encanto, esplendor e alegria. Apolo, deus do sol, a vida.
Diz ainda que as abelhas se aproximaram e Cupido tentou espantá-las atirando suas flechas, que viraram espinhos.
Mas a rosa não está lá nos vinhedos apenas pela beleza ou pelo perfume. Ela é o chamado "Canário na mina". Assim como a ave desce à mina de carvão junto com os mineiros para, caso ela morra, alertá-los de que o ambiente está hostil; a rosa também dá sua vida para alertar a videira (ou melhor, o viticultor) de que o perigo se aproxima. Em uma tarefa nobre, a rosa morre pelo vinho.
Isso se dá pela flor ser mais suscetível a diferentes pragas, principalmente fungos como o oídio e parasitas como o míldio. Assim caso a roseira seja afetada, é um forte indicativo que a praga pode alastrar para o parreiral.