Produtores do país iniciaram a colheita um pouco mais tarde que o normal e, apesar de menor que 2021, a safra é maior que a média dos últimos anos
por André De Fraia
A safra 2022 da África do Sul já passa da metade, segundo dados extraoficiais cerca de 65% das uvas já foram colhidas, e as expectativas dos produtores são otimistas.
“Embora tenhamos iniciado a colheita mais tarde do que o normal, todas as 10 regiões produtoras de vinho colheram uma quantidade significativa de uvas nesta fase, o que dá uma boa indicação dos volumes entregues às adegas até agora”, diz Conrad Schutte, Gerente de Serviço de consultoria vitivinícola da Vinpro, empresa que representa aproximadamente 2.600 produtores sul-africanos. “A qualidade da uva também parece boa nesta fase, o que significa que podemos esperar vinhos excepcionais da safra de 2022”, finaliza Schutte.
O “atraso” se deve a um inverno mais longo e mais rigoroso que retardou o ciclo da uva em até dez dias dependendo da região. Por outro lado, os meses de dezembro e janeiro foram mais quentes que o normal e as ondas de calor acabaram por acelerar a maturação do vinhedo, porém ainda deixando um ligeiro atraso em relação às últimas safras.
Embora haja variação na estimativa de safra por região, espera-se que a safra total da África do Sul seja menor que a registrada em 2021, mas ficando ainda acima da média dos últimos cinco anos. “A colheita menor pode ser atribuída principalmente a chuvas na parte Norte do Cabo e em Klein Karoo, que resultaram em perdas devido a doenças fúngicas e podridão. Ainda tivemos danos causados por queimaduras solares devido a ondas de calor nas regiões de Swartland, Paarl e Robertson”, diz Schutte.
A previsão é que os números oficiais da safra sejam disponibilizados em maio quando todas as regiões sul-africanas já tiverem terminado suas colheitas. Lembrando que, apesar de próximos, as diferenças entre os terroirs na África do Sul promovem uma grande disparidade entre locais costeiros e outros mais interioranos. Enquanto os primeiros já estão colhendo suas últimas uvas, as vinícolas com menor influência oceânica estão chegando agora na metade da safra.
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