Para quem gosta de viajar e aprecia um bom vinho, o Chile é um ótimo destino!
por D' Queiroz & Vitorello
Casa Blanca Valley
Essa geografia de cenários diversos - deserto ao norte, oceano Pacífico a oeste, cordilheira dos Andes a leste e a Patagônia, com suas geleiras, ao sul -protegeu, ao longo dos anos, os vinhedos chilenos. Em 1860, as vinhas do mundo inteiro foram atacadas pela praga filoxera - o Chile escapou imune - por isso algumas espécies, dadas como extintas, foram preservadas e produzem em terras chilenas até hoje. É o caso da Carmenère, com origem em Bordeaux, que foi reencontrada por volta dos anos 90 e hoje é destaque no Chile.
Santiago encanta por sua arquitetura moderna, civilidade, gastronomia e a honestidade e amizade do povo chileno para com os brasileiros - como dizem por lá "se não somos vizinhos de fronteira, não temos problemas, só alegrias". Além da constante visão das cordilheiras com seus picos nevados e dos ótimos vinhos, a culinária chilena, fortemente marcada pelos frutos do mar, oferece uma infinidade de opções, desde os tradicionais - Donde Augusto (Mercado Municipal), Coco Loco, Aqui esta Coco e Islã Negra - que são imperdíveis, até os sofisticados restaurantes da região do El Bosque, em especial na rua Isidora Goyenechea, hoje ocupando o lugar da já decadente rua Suécia - onde é recomendada uma passagem pela super loja de vinhos El Mundo Del Vino. Outra região de destaque na gastronomia é a Providência (onde fica o restaurante Giratório, no topo de um edifício comercial, que gira a 360º), mas há também bons restaurantes em toda Santiago, como o Sommelier, no bairro Bella Vista.
Pouco comentados nas informações sobre o Chile, mas que vale o registro e a dica, são os chocolates locais, simplesmente deliciosos e fáceis de serem encontrados. Boas marcas são Costamilk, Orly - com seus diversos recheios - ou mesmo o Nestlé feito no país. Impossível também de não experimentar, devido à fama local, é o Pisco, um destilado de uva, consumido puro ou como drinque - o Pisco Sour.
Um passeio imperdível é subir o Cerro San Cristobal. Além da vista deslumbrante, onde se pode perceber bem a geografia da cidade, cortada pelo rio Mapocho (corredeira de degelo dos cumes andinos), podese conhecer os bancos da igreja formados pelo próprio jardim, tendo ao topo a estátua da padroeira da cidade - 'Inmaculada Concepción'. Outra dica é visitar a Enoteca (museu da produção vinícola do país, com uma seleção dos melhores vinhos locais - tintos e brancos) e, dependendo do horário, desfrutar do restaurante vizinho. Se for ao final da tarde, e bem acompanhado, leve as taças - o pôr do sol é fantástico.
- Mercado Municipal;
- Palácio de la Moneda (sede do Governo chileno);
- Cerro Santa Lucia (morro onde foi fundada a cidade);
- Cerro San Cristobal (zoológico local, Jardim Botânico, padroeira da cidade Inmaculada Concepción);
- Clube Hípico;
- Paseo Ahumada (cover da Calle Florida - Buenos Aires);
- Plaza de Armas (centro histórico)
Santiago pode ser uma boa base para diversos passeios nos arredores, que são tão diversos quanto em todo o Chile. Em visitas de um dia, pode-se ir desde o litoral (oceano Pacifico), na cidade de Viña Del Mar (vizinha à portuária Valparaíso), até as montanhas geladas, onde se pode praticar esqui nas diversas pistas. Todos os passeios podem ser conciliados com visitas a vinícolas.
No caminho de Viña Del Mar, a exatos 60 km da capital, está a região de Casablanca, com suas diversas vinícolas, como a Morandé, com um ótimo restaurante - o House of Morandé; e a Veramonte, com os mais extensos vinhedos contíguos do Chile, sendo a Chardonnay a uva comandante da região. Nesses casos, sugerimos dormir no destino final, ou nas vinícolas, que oferecem hospedarias para melhor desfrutarem da hospitalidade dos chilenos e da cultura local.
Se a idéia for um turismo enológico, podese fazer de duas a três vinícolas por dia, pois as distâncias médias são de aproximadamente 50 km de Santiago, e cada tour dura aproximadamente duas horas.
Resolvemos esticar um pouco mais, para a região do Vale do Colchagua, considerada em 2003 a melhor região vinícola do mundo, pela prestigiada revista norte-americana Wine Enthusiast. Recepcionados pelos dirigentes da Ruta del Vino de Colchagua, Thomas Wilkins e Renato Polanco, fomos dispostos a dormir por lá, o melhor que o visitante pode fazer.
Tivemos o privilégio de nos hospedar no encantador e exclusivo Hotel Casa Silva, nosso ponto de partida. Um hotel, com apenas cinco suítes, cada qual com uma decoração diferenciada e extremamente aconchegante. Lá mesmo, no restaurante, instalado no interior da sala de barris mais antiga da vinícola, deliciamonos com um cordeiro ao molho de ervas, acompanhado de saboroso Carmenère Gran Reserva 2003, uma delícia!
Na sede da vinícola encontra-se um campo de pólo e uma arena para vaquejada, o segundo segundo esporte do Chile, atrás apenas do futebol. É uma prática diferente da vaquejada praticada no Brasil - no Chile, o cavaleiro e sua montaria devem derrubar com o peito do cavalo, o novilho dentro de uma faixa, e a arena é circular. Os cavalos são a segunda paixão dos proprietários da Casa Silva. Estávamos numa das mais premiadas vinícolas do Chile - The Best South American Producer Award, The International Wine & Spirit Competition, London 2000, entre outros tantos títulos recebidos pelos vinhos.
Na manhã seguinte, acompanhados pelo diretor técnico, engenheiro agrônomo e enólogo, Mario R. Geisse, tivemos uma verdadeira aula ao longo da visitação às plantações de parreiras e adegas. Porém, nem sempre o visitante desfrutará dessa sorte; uma boa dica é interagir com as diversas 'rotas de vinhos', ou seja, escolher e agendar a visita com antecedência. O contato via Internet funciona bem (veja quadro abaixo).
Em uma degustação exclusiva, organizada pelos representantes da vinícola, podemos saborear o premiado Casa Silva Quinta Generación Red 2002, direto da 'fonte'. Só na rota de Colchagua, são quatorze vinícolas (sem falar nas não 'filiadas'), que estão entre as vinte melhores da região. Fazer um pequeno tour de charrete pela vinícola Viu Manent, com a chance de conhecer o processo de fabricação e provar os vinhos, diretamente dos tonéis de aço ou carvalho, é uma experiência única para os enoturistas. Com uma gastronomia de primeira e ambientação que contrasta o rústico com o moderno, almoçar na vinícola é um programa imperdível. Não deixe de degustar um Malbec, o qual já incomoda os vizinhos argentinos.
- Vinho de Colchagua
- Casablanca
- Cachapoal
- Curicó
- Maule
Antiga linha de produção
Antigo esmagador
Engarrafadora Casa Silva
Sair da cidade sem antes ir ao Museo de Colchagua é um terrível erro. Um projeto pessoal do empresário chileno Don Carlos Cardoen Cornejo, criado e mantido pela Fundación Cardoen (entidade sem fins lucrativos), o museu exibe coleções de diversas naturezas que o senhor Cardeon formou ao longo de mais de vinte anos de buscas - dentro e fora do Chile - e que vão desde obras pré-colombianas, passando por obras que retratam a história do Chile e obviamente o mundo do vinho. Uma boa sugestão de hospedagem, o Hotel Santa Cruz Plaza, ao lado do museu e do mesmo proprietário, é uma opção para estar no coração do Vale Colchagua.
- Sheraton: - criou uma vinícola com plantação e loja em sua área externa para visitações ao ciclo da uva.
- Santiago Park Plaza Hotel - excelente opção de custo benefício.
- San Cristóbal Towers
- Hotel Fundador