Com muito humor, o cartunista Laerte Coutinho brinda-nos com histórias divertidas de suas investidas no mundo do vinho
por Alexandre Saconi
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Laerte confirma sua preferéncia pelos vinhos chilenos e argentinos |
"Tragam uma garrafa de Rum!" Provavelmente seria isto que o Capitão, uma das mais marcantes personagens do cartunista Laerte, diria ao ser entrevistado. Pensando melhor, ele diria isto em qualquer situação. Seu criador, pelo contrário, aprecia um bom vinho. O interesse do cartunista pelo fermentado surgiu em uma viagem à Argentina e ao Chile, em 1977. "Os dois países se gabam de ter o melhor vinho. Não cheguei a nenhuma conclusão definitiva, mas bebi bastante", confessa. Sempre bem humorado, ele assume sua preferência pelos vinhos destes dois países. Mais especificamente o Merlot ou o Malbec, ainda com o gosto da madeira onde a bebida envelheceu.
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Certa vez, em uma viagem a Barcelona, resolveu comer no Els Quatre Gats, renomado restaurante de cozinha catalã. Ao pedir a rolha, como lembrança, indagou o garçom em espanhol: "Que hacen ustedes con la cortiza?" Prontamente, e para sua surpresa, lhe foi respondido: "La sacamos!" "Fiquei com cara de idiota", revela Laerte, que não é um grande colecionador de rótulos. Sobre sua adega particular: "Tenho um lugar embaixo da escada, menor do que onde morava o Harry Potter quando criança. Costumo ter umas duas garrafas ali" .
A diferença de estilos entre Velho Mundo e Novo Mundo está bem clara em sua cabeça. No paladar também. Amante dos vinhos italianos e franceses, ele lamenta não encontrar bons rótulos a um preço mais acessível e em boas condições. "Já comprei vinhos com o sabor alterado e isso me fez consumir mais garrafas do Novo Mundo" , revela. Do Brasil, sua preferência são o "Don Laurindo" e o "Maximo Boschi", Merlot ou Malbec.
Seu ritual de degustação ocorre, normalmente, durante a noite, acompanhando queijo ou torradas. "Em restaurante acaba saindo muito caro" , brinca. Suas maiores compras são feitas na cidade de Gonçalves, cidade paulista na divisa com Minas Gerais, ou no caminho para lá.
O melhor vinho que já tomou?"Que eu me lembre, um vinho de Rioja, do qual esqueci o nome. E um Puligny- Montrachet, que também esqueci o nome. Só lembro que era Puligny- Montrachet porque alguém me fez repetir várias vezes pra acertar a pronúncia. Coisa difícil, porque era a quarta ou a quinta garrafa" , confessa o cartunista, sem perder a piada.
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