Ainda em andamento, a safra 2021 na Borgonha, está trazendo um suspense aos viticultores quanto aos rendimentos finais após um ano de desafios severos de clima
por Glaucia Balbachan
Devido às más condições climáticas na Borgonha, produtores esperam safra menor
De acordo com a Vins de Bourgogne, a safra de 2021 começou a ser colhida por volta de 18 a 20 de setembro, como previsto quando os produtores iniciaram o trabalho com suas primeiras parcelas.
Porém, por conta dos problemas climáticosdiversos que atingiram a Europa como um todo, especialmente a Borgonha, a previsão é de que os rendimentos sejam cerca de 47% menores que do ano passado.
A safra no início parecia promissora. O período de crescimento das plantas começou relativamente bem, com calor no inicio da primavera provocando crescimento precoce. Mas logo os primeiros problemas apareceriam. As temperaturas caíram no início de abril batendo os 7ºC negativos e causando danos generalizados às videiras, particularmente para a Chardonnay.
Já as altas temperaturas em junho ajudam a desencadear um crescimento mais rápido com condições boas para floração, polinização e formação de frutas compensando parte do tempo perdido.
Mas mais um problema estava por vir.
Chuvas, granizo e geadas foram alguns dos problemas enfrentados na Borgonha
Uma mudança no final de junho trouxe chuva em excesso e granizo. A umidade somada ao calor trouxe ainda fungos que atacaram parte dos vinhedos.
Segundo a Vins de Bourgogne, foi apenas no período de agosto que o tempo seco finalmente chegou reduzindo a umidade e permitindo que as frutas ganhassem cor e amadurecessem.
A Pinot Noir e a Gamay foram as primeiras castas a amadurecer, mesmo com o estresse causado pelo granizo e geada, entretanto, a Chardonnay teve problemas maiores e demorou mais para a maturação.
O presidente do Bureau interprofissional dos Vinhos da Borgonha (BIVB), François Labet, disse que os rendimentos serão historicamente baixos. “As perdas globais serão de 30% a 50%, embora tenha havido grande variação em diferentes áreas, com perdas de até 80% para as uvas brancas da Côte de Beaune e 50% para Chablis e Mâconnais.
De acordo com a maior união agrícola francesa, a Fédération Nationale des Syndicats d’Exploitants Agricoles (FNSEA), as geadas de primavera podem custar à indústria até 2 bilhões de Euros, devido aos danos causados às videiras.
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