Vinhos feitos com madeira

Selecionamos bons rótulos que utilizam carvalho em sua produção

Redação Publicado em 06/07/2019, às 18h00

ADEGA escolheu alguns vinhos representativos de certos estilos para que você, leitor, possa entender melhor a atuação da madeira. Listamos exemplos em que a madeira não entra, ou é coadjuvante, ou exerce papel fundamental tanto para o bom envelhecimento quanto para aportar mais estrutura, textura e complexidade para que você entenda as diferenças. Enfim, todos os escolhidos são muito bem elaborados, provando que a madeira só pode contribuir quando o produtor/enólogo sabe usá-la e, acima de tudo, sabe até onde pode chegar.

A MADEIRA NO CHARDONNAY

AD 90 pontos

1 - DOMAINE LAROCHE CHABLIS 2011

Domaine Laroche, Borgonha, França. Este 100% Chardonnay não passou por madeira, simplesmente permaneceu em contato com as borras por seis meses em tanques de aço inox. Chama atenção pelos aromas limpos de frutas tropicais e de caroço mais frescas, notas florais e minerais. Na boca, percebe-se a intenção de privilegiar o frescor e a fruta, sem nuances e rodeios. Direto, limpo e sem arestas, tem ótima acidez, boa profundidade e final persistente. Álcool 12%. EM

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AD 89 pontos

2 - GRAYSON CELLARS CHARDONNAY 2010

Grayson Cellars, Califórnia, Estados Unidos. Perfeito exemplo de Chardonnay barricado do Novo Mundo. 100% do vinho permanece em barricas de carvalho francês e americano por nove meses, o que lhe confere notas lácteas, de baunilha e de frutos secos. Chama atenção por apresentar fruta fresca e boa acidez, que traz vivacidade ao conjunto. Final cremoso, tostado, cheio e suculento. EM

AD 93 pontos

3 - ALAIN GEOFFROY CHABLIS GRAND CRU LE CLOS 2008

Alain Geoffroy, Borgonha, França. Branco 100% Chardonnay fermentado em cascos de madeira, com posterior estágio em barricas novas de carvalho francês. A madeira está bem integrada e dá contornos de frutos secos, baunilha e mel aos aromas de frutas tropicais mais maduras. No palato, a acidez, apesar de presente, é torneada por cremosidade, untuosidade e volume de boca, tudo num final muito longo e cheio. Percebese, claramente que a madeira traz complexidade nos aromas e densidade ao palato, tudo muito equilibrado, mas presente. Feito para envelhecer. Álcool 12%. EM

A MADEIRA NO SAUVIGNON BLANC

AD 90 pontos

4 - GREYWACKE SAUVIGNON BLANC 2010

Greywacke, Marlborough Nova Zelândia. Branco 100% Sauvignon Blanc sem passagem por madeira. Apresenta aromas puros de frutas cítricas e de caroço, típicas notas florais e herbáceas, além de toques minerais e um fundo vegetal lembrando aspargos. Em boca, é frutado, estruturado, suculento, redondo, equilibrado, tem acidez refrescante e final persistente. Aqui a intenção do enólogo é exaltar o frescor, a mineralidade e a fruta. Álcool 13,3%. EM

AD 90 pontos

5 - ROBERT MONDAVI NAPA VALLEY FUMÉ BLANC 2010

Robert Mondavi, Califórnia, Estados Unidos. Sauvignon Blanc estagiado em barricas de carvalho francês e americano em contato com as borras por cinco meses. Aqui as típicas notas de frutas cítricas e tropicais estão envoltas por toques defumados, de baunilha e de frutos secos aportados pela madeira. Em boca, apesar da boa acidez, exibe fruta doce, untuosidade e cremosidade, também devido à passagem por barricas. Perde em frescor, mas ganha em longevidade e estrutura. EM

A MADEIRA COMO COADJUVANTE

AD 92 pontos

6 - CHÂTEAU MUSAR BLANC 2005

Château Musar, Vale do Bekaa, Líbano. Branco das uvas autóctones Obaideh e Merwah, com fermentação e estágio em barricas de carvalho francês, sem tosta e 20% novas, durante 12 meses. Aromas de frutas brancas e de caroço, bem floral, notas de frutos secos, além de delicado toque mineral e de baunilha. No palato, é untuoso, elegante, tem ótima acidez e muita persistência. Aqui a madeira exerce um papel de coadjuvante, num estilo clássico, para conferir corpo e músculos necessários para o vinho durar por décadas. Álcool 12%. EM

A MADEIRA NO CABERNET SAUVIGNON

AD 91 pontos

7- CLOS DE FOUS CABERNET SAUVIGNON 2010

Clos de Fous, Alto Cachapoal, Chile. Cabernet Sauvignon sem passagem por madeira em que são privilegiados os aromas de frutas negras frescas, envoltos por notas florais e herbáceas, além de toques minerais e de especiarias doces. Em boca, é frutado, estruturado, suculento, intenso e profundo, tem acidez refrescante, ótima textura tânica e final longo. Busca-se mais que um estilo, uma representação de onde vem as uvas, sem atuação da madeira. Álcool 13,5%. EM

AD 92 pontos

8 - MANSO DE VELASCO 2009

Miguel Torres, Vale do Curicó, Chile. Tinto 100% Cabernet Sauvignon, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês 50% novas. Aromas de frutas vermelhas e negras mais maduras, notas florais, tostadas e de eucalipto, além de toques de grafite e de alcaçuz. Em boca, é frutado, estruturado, cheio, tem boa acidez e final persistente e suculento, tudo suportado por uma ótima estrutura tânica que dá sustentação e equilíbrio ao conjunto. A madeira cumpre o papel de aportar complexidade aos aromas e estrutura, volume de boca e textura aos sabores, tudo de uma forma elegante e bem dosada. EM

OS GRANDES BARRIS

AD 91 pontos

9 - PRUNOTTO BARBARESCO 2010

Tenuta Prunotto, Piemonte, Itália. Nebbiolo com estágio de 10 meses em grandes barris de carvalho francês de 50 e 75 hectolitros. Os aromas são agradáveis e lembram cerejas e groselhas, com típicas notas florais, defumadas e de especiarias doces. No palato, é estruturado, profundo, intenso e potente, tem boa acidez, textura fina e marcante, além de final persistente. Aqui o papel primordial da madeira é amaciar os taninos exuberantes da Nebbiolo. Álcool 13,5%. EM

A MADEIRA COMO PERSONAGEM

AD 92 pontos

10 - ONTAÑON GRAN RESERVA 2001

Bodegas Ontañon, Rioja, Espanha. Tinto composto de 95% Tempranillo e 5% Graciano, com estágio de 24 meses em barricas de carvalho francês e americano. Em se tratando da Rioja, a madeira exerce papel fundamental no vinho, já que a classificação pela DO está, em parte associada, ao tempo em que os vinhos passam em barrica. No caso desse Gran Reserva, o carvalho é um dos personagens principais, conferindo aos aromas de frutas vermelhas e negras, notas florais, tostadas, de tabaco e de chocolate, além de toques defumados e de alcaçuz. Já em boca, o longo estágio em madeira e em garrafa torna o vinho mais macio e sedoso, mostrando um estilo elegante, estruturado e equilibrado, com taninos finos e final longo e persistente. Álcool 13%. EM

AD 91 pontos

11 - CHÂTEAU BELLEUVE DE TAYAC 2007

Jean Luc Thunevin, Bordeaux, França. Tinto composto de uvas 70% Merlot, 20% Cabernet Sauvignon e 10% Petit Verdot, com fermentação da Petit Verdot em madeira e estágio de todo o vinho em barricas novas de carvalho francês. Os aromas lembram cassis e ameixas maduras, a madeira confere notas tostadas, de chocolate e de baunilha, além de toques florais, herbáceos, de tabaco e de alcaçuz. Em boca, a fermentação da Petit Verdot em barricas confere, ao frutado intenso, rica textura tânica, ótimo volume de boca e final denso e longo. É potente, complexo e elegante. Álcool 12,5%. EM

AD 92 pontos

12 - QUINTA DO VALLADO PORTO TAWNY 20 ANOS

Quinta do Vallado, Douro, Portugal. Tinto fortificado doce que permanece por anos em barris de carvalho usados de 600 litros com o objetivo de envelhecer lentamente e, após longo período de contato com a madeira – nesse caso em média 20 anos – ganhar grande complexidade aromática, elegância e bastante equilíbrio entre acidez vibrante e intensa doçura. Mostra no nariz casca de laranja, caixa de charuto, notas florais, de frutos secos e de baunilha. No palato, é fino, potente e classudo ao mesmo tempo, com um final profundo e persistente. Álcool 12,5%. EM

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