Ferramentas de precisão ajudam a potencializar a qualidade do vinho
por Arnaldo Grizzo
A viticultura de precisão pode maximizar o potencial produtivo e de qualidade e ainda melhorar a sustentabilidade ambiental
Máquinas de seleção, robôs, drones e outras tecnologias estão cada vez mais presentes em viinícolas. A viticultura de precisão pode ajudar o processo de produção do vinho. Por isso, separamos alguns exemplos dessas tecnologias. Confira!
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O georreferenciamento é o processo de estabelecer a relação entre a informação espacial e sua posição geográfica. Isso possibilita uma comparação entre os diferentes dados espaciais detectados no vinhedo, tais como as propriedades físicas do solo, rendimento e teor de água ou fertilizantes.
As técnicas de sensoriamento remoto fornecem rapidamente uma descrição da forma, tamanho e vigor da videira e permitem a avaliação da variabilidade dentro do vinhedo. Trata-se de uma aquisição de imagens à distância com diferentes escalas de resolução, capaz de descrever a vinha detectando e registrando a luz solar refletida da superfície dos objetos no solo.
Os satélites têm sido utilizados na agricultura há mais de 40 anos, quando o Landsat 1 foi lançado em órbita em 1972. Ele foi equipado com um sensor multiespectral e proporcionou uma resolução espacial de 80 m por pixel com intervalos de revisitação de aproximadamente 18 dias. Hoje, os intervalos são bem menores e a resolução é maior.
Também conhecidos como drones, eles podem ser controlados remotamente ou voar autonomamente para um conjunto de pontos definidos pelo usuário. Essas plataformas podem ser equipadas com uma série de sensores, que permitem uma ampla gama de operações de monitoramento.
Aplicações de sensoriamento remoto em viticultura de precisão são focadas principalmente na espectroscopia de refletância, uma técnica óptica baseada na medição de refletância da radiação eletromagnética incidente em diferentes comprimentos de onda. A relação entre a intensidade do fluxo radiante refletido e incidente é específica para cada tipo de superfície. As classes mais comuns de sensores são capazes de detectar uma alteração da transpiração ou atividade fotossintética na superfície da folha. Os sensores térmicos são usados para medir remotamente a temperatura da folha, que aumenta quando ocorrem condições de estresse hídrico. Alterações na atividade fotossintética estão ligadas ao estado nutricional, à saúde e ao vigor das plantas, e podem ser detectadas por sensores multiespectrais e hiperespectrais.
O monitoramento da variabilidade do solo inclui o uso de uma ampla gama de sensores. A medição da condutividade elétrica do solo pode ser detectada por plataformas móveis equipadas com sensores eletromagnéticos. Esse é um parâmetro fortemente correlacionado com muitas propriedades do solo, como textura e profundidade, capacidade de retenção de água, conteúdo de matéria orgânica e salinidade. As propriedades do solo desempenham um papel importante no cultivo da videira, portanto, conhecer a variabilidade das características do solo de um vinhedo permite uma melhor compreensão da resposta fisiológica da videira.
Há sensores que capturam uma imagem digital de alta frequência, coletando informações sobre altura e textura das videiras ao longo da fileira. Outros sistemas fornecem informações para o cálculo de índices de vegetação. Outros podem fornecer uma reconstrução 3D georreferenciada de cada planta e gerar mapas.
Muitos sistemas foram desenvolvidos para obter informações de rendimento georreferenciadas, especialmente integradas em colheitadeiras mecânicas. Estas ferramentas dão ao agricultor a capacidade de mapear a produtividade da vinha com uma resolução nunca antes alcançada. Os mapas de produtividade realizados com esses sensores representam uma excelente ferramenta para verificar a eficácia das práticas de manejo aplicadas no vinhedo.
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