Segundo consultora da Wine Intelligence, o vinho muitas vezes não acompanha a mudança de interesse do consumidor
por Redação
O consumidor de hoje está mais obsessivo, à procura de algo que o faça se sentir bem e que possa ser compartilhado, apontou em um seminário Lulie Halstead, da consultoria de vinhos, Wine Intelligence. Segundo ela, com isso, o vinho tem sido deixado para trás e dado lugar a outras bebidas quando o assunto é desenvolvimento de novos produtos e tendências.
No seminário realizado na London Wine Fair, Lulie comentou que nota um rápido desenvolvimento nas inovações de destilados, cerveja e outras bebidas atualmente. “Costumava ser necessário 20 ou até 30 anos para a Coca-Cola ou a Pepsi desenvolverem inovações, mas hoje isto está acontecendo a cada estação, de modo sazonal. No caso do vinho, esse processo não acontece na mesma velocidade”, afirmou.
Para Lulie, quando se trata de lançar novos produtos, os produtores deveriam ficar atentos a temas como "retro" e "sentir-se bem". “As pessoas querem segurança no mundo, especialmente em tempos de incerteza ambiental e política. Nesse clima, elas buscam aquilo que é 'retro' para ter um conforto e sentir-se bem”, comentou. Nesse sentido, Lulie mencionou que diversas marcas estão investingo em rótulos e publicidades estilo vintage. Na linha do "sentir-se bem", ela aponta marcas que estão destinando parte de seus lucros para causas humanitárias.
Por fim, ela lembra que os consumidores hoje estão cada vez mais obsessivos em torno dos produtos que consomem e diz que os produtores de vinhos têm sorte por isso. "Há uma grande oportunidade de celebrar a obsessividade. Somos bons em obsessividade, talvez nós não celebremos isso, mas vamos encher de tecnicalidades quando falarmos com os nossos consumidores", finalizou.