Imune à crise?

Mercado de vinho premium mostra força e não sofre com as turbulências da economia global

Relatório da Liv-ex mostra que 2022 iniciou como 2021 terminou: em alta

De maneira geral investir em vinho é melhor do que o mercado de ações
De maneira geral investir em vinho é melhor do que o mercado de ações

por André De Fraia

Falta de insumos, inflação, turbulências e incertezas econômicas, retração, guerra e uma forte tendência de desglobalização. Nada disso parece afetar o mundo dos vinhos premium.

O recém-lançado relatório Liv-ex com números do primeiro trimestre do ano aponta uma continuação no cenário de 2021 com uma alta de 1,9% no índice Liv-ex 100 e 3,5% no Liv-ex 1000 – o primeiro apontando a variação de preços dos 100 vinhos mais procurados e o segundo dos 1000.

A alta foi puxada fortemente por duas regiões, Borgonha e Champagne. Enquanto as borbulhas francesas subiram 9,6%, os vinhos borgonheses registraram uma forte alta no trimestre alcançando 14,6%.

No último ano ambas as regiões já vinham demonstrando grande crescimento de preços acompanhando a retomada econômica. Os índices registraram aumentos na casa dos 52% para Champagnes e 43% para os vinhos da Borgonha no ano de 2021.

O relatório informa ainda que de maneira geral investir em vinho ainda é melhor do que o mercado de ações, ficando atrás apenas das commodities em alta.

“Como um ativo alternativo, ele mantém certas vantagens sobre as principais finanças em tempos difíceis, especialmente porque é um ativo em declínio e onde o tempo investido na retenção de ações é muitas vezes necessário e geralmente incentivado. Assim, sua volatilidade é extremamente baixa”, diz o relatório.

O relatório aponta como no último trimestre o índice Liv-ex 50 (que considera apenas os cinquenta vinhos mais procurados) teve ganhos melhores que Dow Jones – principal medidor da bolsa de Nova York – no primeiro trimestre de 2022. Isso mesmo com os Estados Unidos sendo um dos mercados que menos foi afetado pela guerra da Ucrânia.

Finalizando a análise do mercado, o relatório aponta como maior destaque do ano o Domaine Leflaive Puligny-Montrachet 2012 que subiu 76% em apenas três meses. Destacando a força da Borgonha que teve nove dos dez vinhos com melhor desempenho do ano – a única exceção foi o Domaine Jean Louis Chave do Rhône.

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