Estudos indicam que vindimas na Borgonha ocorrem cada vez mais cedo, com metade das últimas safras começando em agosto

por Redação
As alterações climáticas estão modificando de forma significativa o calendário da viticultura na Borgonha. Segundo o Bureau Interprofessionnel des Vins de Bourgogne (BIVB), nos últimos 20 anos, uma em cada duas safras começou em agosto, enquanto no passado as vindimas eram tradicionalmente realizadas no final de setembro.
Dados históricos mostram que, durante séculos, a colheita ocorria em média por volta de 28 de setembro. Hoje, no entanto, o início vem se deslocando para meados de setembro e, em anos de calor extremo, já no mês de agosto. O recorde de precocidade foi registrado em 2003, quando a canícula levou ao início das colheitas em 15 de agosto, conforme lembra a Revue du Vin de France.
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Especialistas do BIVB explicam que o adiantamento médio ultrapassa duas semanas em relação ao calendário histórico. Esse deslocamento está diretamente associado ao aumento das temperaturas médias e às ondas de calor mais frequentes, que aceleram o amadurecimento das uvas.
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A antecipação das vindimas representa um desafio para os produtores. Além de alterar a logística da colheita, impacta o perfil dos vinhos da região, influenciando teor alcoólico, acidez e equilíbrio aromático. Ao mesmo tempo, reforça a necessidade de adaptação constante às novas condições climáticas, seja na escolha de porta-enxertos mais resistentes, seja na gestão de vinhedos para preservar frescor e tipicidade.
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