Vinho português no brasil

Muito além da colonização

Pensou em vinho português, lhe vieram à cabeça os grandes licorosos do Porto e Madeira ou talvez os tradicionais vinhos verdes? Então é tempo de expandir seu paladar. Portugal tem muito mais a oferecer!

por Redação

Marcelo Copello

Os portugueses não ganham o título de pioneiros apenas no Descobrimento do Brasil. Na história do vinho em nosso país, o português Brás Cubas que veio na expedição do donatário português Martim Afonso de Sousa em 1532, é considerado o primeiro vinicultor em terras brasileiras, mais especificamente no litoral paulista, na qual videiras da Ilha da Madeira foram plantadas com pouco sucesso devido às condições climáticas.

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Tendo a necessidade de garantir a comercialização de seu vinho para o Brasil, Portugal vetou a fabricação dessa bebida durante o período colonial, ocasionando sua inexpressiva produção até o ano e 1650. Mas logo depois, no século XVII, os jesuítas cultivaram a uva novamente no Brasil, desta vez na região sul do país. A adaptação também foi difícil, a produção era pequena e destinada ao consumo doméstico e religioso.

Foi somente no final do século XIX, com a chegada dos imigrantes italianos, que ocorreu um "boom" na vinicultura brasileira. Nessa época utilizavam-se variedades americanas. Gradativamente a produção e o consumo de vinho foram aumentando, mas somente no começo do século XX surgiram as primeiras grandes vinícolas, fazendo com que a Serra Gaúcha se solidificasse como a mais importante região produtora de vinho brasileira, posição que ocupa até hoje.

Portugal nem deveria ter se preocupado em proibir a fabricação do vinho no Brasil na época colonial. Se eles soubessem o que aconteceria tantos anos depois...

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Século XXI

As exportações de vinhos portugueses para o Brasil, segundo um estudo do ICEP - Instituto de Comércio e Exportação de Portugal cresceram em 23,19% no último ano. Para melhor comparação, o valor das exportações no ano de 2004 passou de 11,7 milhões de dólares para cerca de 14,5 milhões de dólares em 2005.

O Brasil sempre representou e continua a representar para os portugueses um mercado bastante oportuno e com muitas vantagens, em relação aos países concorrentes, como por exemplo, a língua e as heranças culturais que sempre uniram os dois povos.

Com o crescimento de mais de 23% dos vinhos vindos para o Brasil, Portugal tornouse o país europeu que mais vinho exporta para cá, superando grandes produtores como Itália e França. Na listagem geral, o país lusitano ocupa a terceira colocação ficando atrás apenas do Chile e Argentina. Entre os principais fornecedores de vinho para o mercado brasileiro estão ainda França, Espanha, Austrália, África do Sul, Uruguai, EUA, Nova Zelândia e Alemanha.

O otimismo não se revela apenas nas estatísticas numéricas. Profissionais da área também pensam positivo em relação ao promissor mercado brasileiro. "O consumidor brasileiro está cada vez mais exigente, procurando vinhos de qualidade e preço acessíveis. E nós temos muitos vinhos a oferecer", afirma João Pedro Mota Pinto, diretor do ICEP no Brasil.

O aumento da participação no mercado brasileiro é resultado sobretudo das intensas promoções do vinho português realizadas pelo ICEP. As feiras especializadas e o convite a jornalistas e enólogos brasileiros são algumas das ações realizadas para promover a bebida portuguesa, entre outros produtos, como o azeite.

Facilitar a entrada das empresas portuguesas num mercado em forte crescimento, e, ao mesmo tempo, promover a indústria vitivinícola e a imagem de Portugal como país produtor de vinho de qualidade respeitada no mundo são os principais objetivos do país.

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