Cabernet Franc (pai) e Cabernet Sauvignon (filho), uma lista em família para conhecer o melhor vinho brasileiro dessas uvas
por Sílvia Mascella
Toda família tem histórias boas e ruins para contar. E quase toda família aproveita a descontração à mesa, junto de uma taça de vinho para compartilhar essas histórias. No mundo das uvas, dos vinhos e dos terroirs é a mesma coisa. Abra a garrafa que lá vem história.
Era uma vez, num vinhedo muito distante na França, duas variedades de uvas, a Sauvignon Blanc e a Cabernet Franc (Franc quer dizer franca ou verdadeira). Elas ficaram por muito tempo produzindo no mesmo vinhedo e, como se diz atualmente, deram ‘match’. Desse encontro nasceu uma nova variedade, a Cabernet Sauvignon. Essas três uvas ganharam o mundo, mesmo que nem sempre em família, e produzem grandes vinhos bem longe de onde se encontraram na França pela primeira vez.
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Aqui no Brasil, a Cabernet Franc chegou primeiro, mas não ficou muito tempo. Muitas mudas que vieram para cá no século passado estavam com problemas, produziram por alguns anos (tempo suficiente para mostrar o potencial da variedade no país) e depois morreram. A maioria não foi replantada, pois mais ou menos na época da perda desses vinhedos, os EUA começaram uma forte propaganda falando dos benefícios da Cabernet Sauvignon. O Brasil resolveu surfar essa onda e escolheu a Sauvignon para cultivar.
Mas, como em toda boa história de família há sempre um ‘mas’, as águas de março impediram durante muitos anos que a Cabernet Sauvignon mostrasse seu verdadeiro potencial no país, especialmente na Serra Gaúcha, maior região produtora. Felizmente, parte dessa história teve uma progressão muito mais positiva com o passar dos anos.
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O vitivinicultor brasileiro evoluiu muito, tanto no manejo do vinhedo, quanto na seleção dos clones e das mudas e também na escolha dos terroirs. Vários grandes Cabernet Sauvignon passaram a ser produzidos em áreas com menos chuvas de final de verão e alguns vinhedos da variedade romperam as divisas dos estados.
Já a Cabernet Franc fez, no começo deste século, um retorno triunfante, tanto no Rio Grande do Sul quanto em outros estados, incluindo até São Paulo e regiões como a Chapada Diamantina, já no sistema de cultivo de poda invertida. Nesta lista, dos melhores vinhos degustados por ADEGA, estão garrafas de Cabernet Sauvignon, de Cabernet Franc e de cortes que levam essas uvas, para você conhecer e apreciar a evolução da vitivinicultura brasileira.
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