Elas são as cabottes, antes utilizadas pelos trabalhadores. Hoje são pontos turísticos
por Redação
As cabottes eram mais comuns até meados do século 19
Na época da safra, sob o sol que incide nas costas escarpadas da Côte d’Or, na Borgonha, durante o verão, ainda hoje trabalhadores se reúnem para colher os preciosos frutos daquelas terras francesas.
Tempos atrás, quando a agricultura era a única subsistência e a mão-de-obra era farta, o número de pessoas reunidas em um vinhedo era grande e quando precisavam de um descanso, para onde iam os agricultores em meio aos vastos campos cultivados e florestas?
Entre algumas fileiras de vinhas, ou então próximo aos muros de alguns “clos”, como são chamados os vinhedos murados na Borgonha, é possível ver pequenas casinhas. Às vezes arredondadas, outras vezes quadradas ou retangulares, com tetos geralmente baixos. Muitas feitas de pedras calcárias (típicas da região). Elas são as cabottes (algo como “cabaninha”, em português).
Esses eram os pontos de descanso dos trabalhadores.
Acredita-se que as cabottes eram mais comuns até meados do século 19, quando a filoxera e outras doenças devastaram vinhedos e muitos já não tinham mais trabalho.
As cabottes nas comunas de La Rochepot, Saint-Aubin e Chassagne-Montrachet no cantão de Nolay, chegaram a ser catalogadas pelo “Inventário da Borgonha”, no início da década de 1980.
Todas aparecem associadas a um muro de contenção ou delimitação. A cobertura mais comum é a cúpula hemisférica rebaixada em plano circular, semicircular, quadrado ou mesmo retangular.
No meio dos vinhedos da Borgonha se encontram essas pequenas construções
Dentro delas, há poucos blocos servindo como banco rústico e, às vezes, um nicho ou um recuo na parede formando uma prateleira. Pode haver ainda uma lareira. Diz-se que as primeiras teriam sido construídas ainda no século 18 e as últimas por volta de 1930.
Elas basicamente serviam de abrigo do sol ou de intempéries (as entradas tendem a ficar protegidas dos ventos), além de servir de local para armazenagem de ferramentas básicas tanto para a colheita quanto para o manejo da vinha.
Hoje, elas já não são mais utilizadas e sua presença apenas rememora um tempo no qual o trabalho no campo era intenso. Na região de Pernand-Vergelesses, há uma trilha para os turistas visitarem as diversas que ainda sobrevivem.
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