Com as fronteiras fechadas, os maiores consumidores de vinho per capita do mundo reduziram o consumo, principalmente quando falamos do tradicional fortificado
por Glaucia Balbachan
Portugal teve aumento significativo em suas exportações de vinho para o Reino Unido em 2020
Demos há pouco a notícia de que portugueses consomem mais vinho que qualquer outro país (em média 55 litros por ano), porém, números referentes a 2020 mostram uma realidade diferente. Uma grande proporção dessas vendas vem de turistas, especialmente britânicos.
Segundo Frederico Falcão, presidente da Wines of Portugal, o ano de 2020 foi encerrado com uma redução de cerca de 25% no consumo nacional de vinho no mercado interno.
O cenário só não foi pior para as vinícolas porque o país lusitano exportou em 2020 um total de 846 milhões de Euros, foi um aumento de 3% em relação a 2019, quando as vendas atingiram 818 milhões de Euros. Uma parte dessa mudança veio do terceiro mercado de exportação de Portugal, o Reino Unido, onde as vendas cresceram 16% em 2020.
“Em relação às nossas exportações, fomos um dos dois únicos países que cresceu tanto em volume quanto em valor – nós de Portugal e a Nova Zelândia. Houve uma redução no comercio mundial de vinhos, mas Portugal conseguiu crescer em quantidade nas exportações. O consumo foi menor no nosso país, mas conseguimos exportar mais”, conta o presidente da Wines of Portugal.
Restaurantes de Porto ficaram vazios durante a pandemia
Quando o assunto é vinho do Porto, Falcão prega “portugueses também não bebem muito Vinho do Porto”.
Portugal tem uma relação estreita com o Reino Unido, Estados Unidos e França por serem os três mercados de exportação mais importantes.
Falcão acrescenta que a França é a campeã no consumo de Vinho do Porto. Por lá, o fortificado é um vinho para beber todos os dias, enquanto os rótulos premium têm maior relevância nos Estados Unidos e Reino Unido.
Outro fato que aumenta as exportações e diminuem o consumo interno é o drinque Portônica. Apesar de criado em Portugal, não é uma bebida tradicional entre os lusos, mas é uma tendência no Reino Unido nos últimos anos.
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