As ondas de calor fizeram estragos na vinha e há regiões, como o Douro e Lisboa, que estimam uma quebra de produção na ordem dos 20%
por André De Fraia
O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), órgão português que regula o vinho no país, estima que a produção de vinho da safra 2022 tenha uma queda de 9% em relação a 2021. A explicação é o forte calor que atingiu a Europa nesse verão do hemisfério norte.
A previsão é de 6,7 milhões de hectolitros que apesar da queda em relação ao ano passado, registra ainda um crescimento de 2% comparando com a média das últimas cinco safras.
Das 14 regiões vitivinícolas portuguesas, oito estimam quedas na produção: Setúbal e Alentejo uma queda de 5%; Madeira menos 7%; Açores, Beira Interior e Trás-os-Montes com queda de 10%; Dão, Douro e Porto e Lisboa com a maior queda, 20%.
Beira atlântico deve manter a produção, enquanto Tejo e Algarve estimam um crescimento de 5% e Minho e Terras de Cister (entre o Dão e o Douro) um crescimento de 10%.
Em nota, o Instituto da Vinha e do Vinho destaca que, "na generalidade, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário, sem registo de doenças ou pragas, como consequência das condições climatéricas verificadas até à data".
No entanto, "a falta de água e as ondas de calor verificadas acentuam o stress hídrico e térmico, pelo que as condições climatéricas que se verificarem até à vindima serão, ainda, determinantes na quantidade e qualidade da colheita".
A falta de chuva em Portugal durante o inverno somada às altas temperaturas que chegou perto de bater o recorde histórico no verão, trouxe um cenário desafiante aos produtores que estão tendo que se adaptar rapidamente suas práticas e produções.
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