Região da Úmbria é conhecida por seus vinhos tintos e brancos, mas planeja aumentar a produção de espumantes
por Redação
Resultado de um projeto de viticultura de montanha focado na produção de vinhos espumantes no coração da Úmbria, na Itália, o distrito denominado de “Bolhas dos Apeninos” atualmente cobre oito hectares de vinhedos na área de Gubbio, a altitudes entre 850 e 1.000 metros acima do nível do mar.
A iniciativa desenvolvida em uma região conhecida por seus vinhos tintos e brancos visa não apenas aumentar a produção de espumantes, mas também revitalizar a parte montanhosa do território, combatendo o despovoamento. O projeto foi oficializado com a criação do “Spum.e” (acrônimo de “Spumantistica eugubina”), apresentado em Gubbio.
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O objetivo do projeto é criar um distrito de vinhos espumantes, avaliando a sustentabilidade ambiental, econômica e social da produção de vinhos espumantes na área dos Apeninos Eugubino Gualdese. A iniciativa é financiada pela Região da Úmbria por meio de programas de desenvolvimento rural (PSR) e executada por pesquisadores do Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade de Milão.
Entre os parceiros estão a vinícola Semonte, da família Colaiacovo, e a Arnaldo Caprai, sob a liderança de Marco Caprai, um dos maiores nomes da viticultura umbra.
A Úmbria tem uma vasta área arável em altitudes superiores a seiscentos metros, representando mais de 25% da superfície regional. Com o aumento das temperaturas globais, essas terras em maiores altitudes estão ganhando destaque para o cultivo de videiras.
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A região de Eugubino apresenta uma precipitação média anual de 1.050 milímetros, bem distribuída ao longo do ano, além de ser menos suscetível a ondas de calor frequentes. O clima ameno ajuda a reduzir o consumo de água pelas videiras e, com uma oferta hídrica adequada, proporciona um equilíbrio saudável para o ciclo de desenvolvimento das plantas.
Essas condições favoreceram a produção de vinhos espumantes de alta qualidade durante os dois anos de experimentação. O vinhedo experimental, de seis hectares, foi plantado entre 2017 e 2019 com Chardonnay e Pinot Noir, variedades clássicas para o Método Tradicional de vinificação de espumantes.
O projeto foi desenvolvido na fazenda Semonte, localizada entre 800 e 900 metros acima do nível do mar. As terras antes utilizadas para agricultura e pastagem foram reativadas para a viticultura, com a ajuda de tecnologias modernas para minimizar o impacto ambiental.
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Estudos realizados pela Universidade de Milão, que analisaram dois vinhedos em Eugubino, localizados a 430 e 800 metros de altitude, entre 2013 e 2024, mostraram que as vinhas em maiores altitudes estão melhor adaptadas para a produção de vinhos espumantes, devido ao menor consumo de água e maturação mais lenta das uvas.
O documento diz ainda que 11,3% da Área Agrícola Utilizada (AAU) da Úmbria, adequada para cultivo de videiras, está localizada em áreas montanhosas. Nessas regiões, novos investimentos podem revitalizar a economia rural.
Esta topografia, identificada como altamente adequada para o cultivo de vinhedos sob condições climáticas e pedológicas específicas, representa mais de 20% do território. Essas áreas têm potencial para produzir uvas para vinhos espumantes, gerando um impacto econômico e social positivo.
A primeira safra de vinhos espumantes do projeto, desenvolvida nas vinícolas Semonte e Caprai, foi engarrafada e será apresentada oficialmente no Vinitaly 2025.
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