Vinícola Merus tem design interno feito para enaltecer seu vinho

Erika J. Gottl e Mark Herold começaram a produzir vinhos na garagem atrás de sua casa na cidade de Napa, Califórnia, no final dos anos 1990.

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Já em sua primeira safra, em 1998, o vinho chamado Merus (que vem do latim e significa puro, não misturado, completo, absoluto, não diluído; especialmente de vinho) ficou famoso. Graças a essa fama, em pouco tempo a garagem ficou pequena demais, pois era muito limitada.

Não se podia receber visitantes, não se podia armazenar os vinhos e mesmo os equipamentos de vinificação estavam confinados a um local extremamente apertado.

Foi então que William Foley trouxe Merus para o grupo Foley Family Wines no final do ano 2007. Um de seus primeiros objetivos foi encontrar uma vinícola digna da marca. Alguns meses depois, ele adquiriu um rancho histórico encrustado em um desfiladeiro no lado leste do vale. Era uma das lendárias “vinícolas fantasmas” do Napa, que foi abandonada após a Lei Seca.

Hoje o vinho Merus é feito na antiga Rossini Ghost Winery, em Rossini Ranch, na base da Howell Mountain. A vinícola foi fundada originalmente em 1891 por um ítalo-suíço, Carlo Rossini, e ficou ativa até a Lei Seca quando, como muitas das outras do vale, foi fechada. Ela voltou a funcionar nas mãos da família Venge, que produziu vinho por vários anos até venderem.

A propriedade é plantada com vinhas velhas de Zinfandel, mas nenhuma das frutas dessas videiras é usada por Merus – pois o vinho é um Cabernet Sauvignon puro. Uma ponte de madeira petrificada que data de 1903 é outra das relíquias da propriedade, assim como o forno de tijolos ao ar livre, que data de 1882.

Hoje, a vinícola foi totalmente atualizada e inclui equipamentos de vinificação personalizados, com área de 650 metros quadrados de caves para armazenamento de barricas. Apesar da fachada antiga, em 2009, duas áreas de degustação foram renovadas pela consultoria de design UXUS, empresa da cofundadora da Merus, Erika Gottl, com sede em Amsterdã.

Os conceitos

“O conceito do interior da vinícola é de uma herança com sofisticação moderna e móveis clássicos em um só tom com um toque contemporâneo. Estilos e períodos de diversas épocas se unem para criar uma atmosfera interessante. Objetos reais, como barricas e caixas de vinho, criam composições que exalam ‘informação’ sobre seu uso passado, dando um sentido de história e ‘alma’ aos espaços”, apontam os arquitetos George Anthony Gottl e Oliver John Palmer Michell, fundadores da UXUS.

A sala de provas no edifício principal da vinícola é uma justaposição de elementos e estilos. A atmosfera é construída em camadas complexas e sofisticadas. Materiais e móveis como granito preto, superfícies em laca, mesas de pedestal de madeira torneada sob medida, sofás Driade e outros móveis contemporâneos se unem para criar uma atmosfera inesquecível.

Outra área de degustação menor nas caves foi redesenhada para refletir o estilo sofisticado e eclético da sala principal. Um quadro-negro ao longo do espaço exibe as anotações do enólogo sobre as safras que estão sendo degustadas.

As lâmpadas Tom Dixon adicionam drama e uma iluminação atmosférica ao espaço subterrâneo. No final de um dos túneis principais da cave, há uma grande área de recepção para eventos públicos.

As paredes são pintadas de “vermelho Merus” e destacadas por lustres Foscarini – uma das marcas mais celebradas de design de iluminação da Itália e do mundo. Uma grande mesa preta personalizada com pernas torneadas é a peça central da sala. O espaço é uma mistura de móveis contemporâneos, em contraste com o rústico das adegas subterrâneas, criando uma experiência de degustação.