Empresas teriam desviado dinheiro público para comprar 14 Châteaux franceses
por Redação
Uma investigação de corrupção na China está focando empresas que adquiriram Châteaux bordaleses. O principal alvo são duas empresas acusadas de usar US$ 43 milhões de financiamento público para comprar 14 Châteaux. A investigação pode levar à prisão de grandes figuras de negócio da China e os Châteaux podem ser confiscados, além de levantar dúvidas sobre os investimentos chineses em Bordeaux.
Desde que entrou no governo, o presidente Xi Jinping declarou guerra à corrupção. Alguns dos principais players do boom econômico chinês estão relacionados a empresas estatais e à influência política de seus membros.
Em um relatório de julho, o escritório de auditoria chinês acusou os grupos Haichang Holdings Ltd. e Rave Sun do mau uso de US$ 43 milhões de financiamento público, que teriam sido desviados pelo município de Dalian para ajudar essas empresas a investirem em tecnologia estrangeira.
Haichang é um conglomerado que investe em imóveis, óleo, turismo e pesca e é de propriedade do magnata Qu Naijie, um dos mais ricos do mundo segundo a Forbes. Ele chegou a Bordeaux em 2010 e adquiriu o Château Chenu Lafitte e logo mais outros 23 châteaux em três anos. A notícia de que os negócios de Haichang estão sendo questionados repercutiu em Bordeaux.
"Estou escandalizado. Minha firma de consultoria aconselha no gerenciamento de vinhedos, mas não tenho nada a ver com as aquisições, nem informações sobre a fonte do dinheiro", disse Christian Delpeuch, ex-presidente da comissão de vinhos da região.
Além da Haichang, o relatório acusa o grupo Rave Sun, que adquiriu o Château Les Brettes em 2011. Trabalhadores do local não quiseram comentar o assunto. Os auditores não revelaram como rastrearam o dinheiro de Dalian para Bordeaux, tampouco se os escritórios locais estavam cientes das transações, mas sabe-se que Qu sempre foi visto com representantes do governo de Dalian em suas visitas a Bordeaux.