Ruptura com a Rússia

Vinícola da Moldavia remove vinho de Putin de seu acervo

A Vinícola Cricova, famosa por sua galeria de visitantes ilustres, retira itens relacionados a Vladimir Putin, refletindo as tensões entre a Moldávia e a Rússia

Presidência da Rússia
Presidência da Rússia

por Redação

A vinícola Cricova, na Moldávia, decidiu retirar o vinho associado ao presidente russo Vladimir Putin de sua exposição que destaca visitantes ilustres. A decisão, marcada por implicações políticas, reflete a crescente tensão entre a Moldávia e a Rússia em meio ao conflito na Ucrânia.

Em 2002, Putin celebrou seu 50º aniversário visitando a vinícola estatal Cricova, situada a 14 km ao norte da capital Chișinău e recebeu na ocasião uma coleção especial de vinhos. Esses itens foram expostos junto com a foto do líder russo na galeria que homenageia personalidades de destaque, como Volodymyr Zelensky, Angela Merkel e John Kerry, respectivamente presidente da Ucrânia, Chanceler da Alemanha e Secretário de Estado dos EUA. Contudo, as garrafas e a fotografia do líder russo foram recentemente removidas do espaço público.

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De acordo com o diretor da Cricova, Sorin Maslo, em entrevista ao jornal The New York Times, a decisão foi motivada pelo desconforto gerado pela presença de Putin na exposição após a invasão russa à Ucrânia e as crescentes tensões militares na região.

Há mais de uma década as relações políticas entre a Moldávia e a Rússia entraram em conflito. A Moldávia, que historicamente exportava grande parte de sua produção vinícola para o mercado russo, viu suas relações comerciais com Moscou estremecerem em 2013, quando expressou seu desejo de se aproximar da União Europeia.

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Imediatamente os russos impuseram sanções a Moldávia, inclusive contra o vinho, e ampliou as ameaças políticas, incluindo a possibilidade de um "cenário militar" na região separatista da Transnístria.

Em 2022, a Moldávia mudou sua constituição, afastando-se da esfera de influência russa e alinhando-se aos valores europeus. Nesse contexto, a decisão da Cricova de remover as homenagens a Putin é vista como um gesto simbólico que reforça a posição do país contra a política expansionista do Kremlin. Todavia, para evitar maiores polêmicas, as garrafas não foram destruídas, mas transferidas para uma área isolada e escura da adega, longe do olhar público.

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