Os viticultores da Alsácia votaram a favor de uma regra que estipula que o Riesling só pode ser seco, com exceção dos classificados como “colheita tardia”
por André De Fraia
A Association des Viticulteurs d’Alsace aprovou uma resolução que acaba – ou quase – com o Riesling que não seja seco na Alsácia.
Segundo a regra que foi votada em Colmar, todo Riesling que não seja de colheita tardia deve ser seco. Ou seja, conter no máximo 4 gramas de açúcar residual – aquele natural da uva – por litro de vinho.
Mas, no caso de uma casta com alta acidez – caso da Riesling –, a matemática não é tão simples. Afinal, há esse outro elemento que se contrapõe ao dulçor e equilibra – ou não – o vinho. Assim a regra vai um pouco além:
Se o vinho tiver 7 gramas (ou mais) de acidez por litro – medida aqui em ácido tartárico – a concentração de açúcar pode chegar a 9 gramas por litro, o máximo permitido. Caso a concentração de acidez for de 6 gramas de ácido tartárico por litro de vinho o açúcar residual pode ser de no máximo 8 gramas por litro e assim sucessivamente. Segundo os produtores, essa proporção entre açúcar e acidez trará ao degustador a sensação de um vinho seco.
A regra – que ainda precisa passar pelo aval da INAO, órgão francês responsável pelas denominações de origem no país – não agradou a todos. Muitos produtores fazem seus Rieslings meio-doce ou doce e agora não têm como classificá-los e terão que se adpatar. Para todas as outras uvas brancas da Alsácia – Pinot Gris, Pinot Blanc, Gewurztraminer e Sylvaner – a regra estipula a indicação dos termos seco (sec), meio seco (demi-sec), meio doce (moelleux) e doce (doux) para qualquer estilo de colheita e produção.
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