Troca de expertise de vinhos vai acontecer na parceria entre a vinícola Concha y Toro do Chile e o Chateau Mercian do Japão
por Sílvia Mascella
Em janeiro deste ano uma grande equipe do Chateau Mercian, que possui vinhedos nas regiões de Nagano e Yamanashi (ambas na zona central do Japão), além de outros em pequenas regiões mais ao norte, visitou várias propriedades da Concha Y Toro no Chile e também na Argentina. Nessa equipe estavam executivos de marketing, o enólogo chefe Takayuki Tamura e os diretores da CyT na Ásia, além do único Master of Wine japonês, Ken Ohashi.
Na época a Concha y Toro declarou, em um comunicado oficial, que a visita da equipe do Japão era excelente para auxiliar na expansão dos negócios do grupo na Ásia. O que se sabe agora é que a visita rendeu muito mais do que isso.
O Chateau Mercian do Japão e a Concha y Toro do Chile estabeleceram uma colaboração que leva o nome de “Pacific Link Project", onde as empresas vão criar vinhos no Chile e no Japão, com os enólogos viajando entre os continentes durante o ano, fazendo vinhos na Ásia em setembro e no Chile em março,
O maior objetivo do projeto é fazer com que os vinhos chilenos passem por um processo de premiunização no país asiático e que os vinhos japoneses ganhem mercado tanto no país quanto no exterior. O primeiro vinho da parceria foi lançado no Japão no dia 2 de abril, e é o Chateau Mercian Iwade Koshu Amicis, feito com a uva Koshu, nativa do Japão, variedade branca nativa do vale de Koshu em Yamanashi.
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Por muitos anos essa uva foi considerada neutra, capaz de produzir vinhos medianos e sem muita tipicidade. No entanto, pesquisas da universidade de Bordeaux, há 20 anos, demonstraram que com algumas adaptações nos processos de produção, ela era muito promissora. A aposta de Bordeaux se pagou.
Executivos da Mercian afirmaram que com a expertise da Concha y Toro nos diversos mercados mundiais eles já estão fazendo alterações nos vinhos da empresa, antes direcionados para o paladar japonês, para que tenham um estilo mais internacional, baixando – por exemplo – a acidez dos vinhos. A vinícola japonesa já exporta para o Reino Unido, os Estados Unidos, Hong Kong, Singapura e recém iniciou as exportações para a Itália. Através da parceria com a CyT eles pretendem conquistar novos mercados.
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